A linha de caminho-de-ferro que ligará as províncias de Tete e da Zambézia, em Moçambique, terá mais 120 quilómetros que os 500 inicialmente previstos. A construção será assegurada pela Mota-Engil e pela chinesa CCEC.
A adenda ao contrato foi assinada na passada sexta-feira pelo ministro dos Transportes e Comunicações moçambicano, Carlos Mesquita, e pelo presidente executivo da Thai Mozambique Logistic, José Pires da Fonseca.
O traçado inicial da infra-estrutura ferroviária cobria uma distância de 500 quilómetros entre Moatize e Macuse, mas, para acomodar o interesse das empresas mineiras que operam no interior da província de Tete, foi acordado que a mesma deverá ter uma extensão de mais 120 quilómetros, cobrindo Chitima e Macuse.
O investimento inicialmente previsto na construção da linha férrea e do porto de águas profundas de Macuse, era de 2,3 mil milhões de dólares, a cargo da concessionária Thai Mozambique Logistic. Agora, aquele valor terá subido para 2,7 mil milhões de dólares.
As obras estarão a cargo do consórcio “50-50” entre a Mota-Engil e a China National Complete Engineering Corporation (CCEC).
Em Março passado, quando foi anunciado o negócio, Pires da Fonseca afirmou ao TRANSPORTES & NEGÓCIOS que o financiamento da obra será “assegurado integralmente pela concessionária”, com base em “contratos de logística a serem assinados com as grandes mineradoras da região de Tete, entre elas as indianas Jindal, JSW e ICVL”.
O porto de Macuse, que servirá para exportar o carvão, poderá receber navios de 80 mil toneladas.
A concessão do também conhecido por Corredor da Zambézia foi decidida ainda no final de 2013. A concessionária “é detida maioritariamente pela tailandesa Italian Thai Development Company, a maior construtora asiática”. Os Caminhos de Ferro de Moçambique (CFM) detêm 20%, em representação do Estado, e a empresa local Codiza os restantes 20%.