A reactivação da Linha de Leixões (orçada em 65,5 milhões de euros) constitui uma “oportunidade de fecho das redes excepcional”, considera a consultora Trenmo, num estudo realizado para a AMP.
Segundo o estudo da Trenmo, “a execução de uma ligação transversal a Norte do Porto, cruzando as diversas linhas que se organizam na direção Norte – Sul, vem contribuir para um maior equilíbrio no funcionamento das redes ferroviárias pesada e ligeira”, da CP e Metro do Porto.
Actualmente, nota o estudo, “as ligações ferroviárias a partir de Norte, realizam-se directamente até ao centro do Porto com integração em Campanhã (para o serviço da CP) e na Trindade (para o serviço do Metro do Porto)”. Isso faz com que “qualquer movimento transversal em rede ferroviária entre Matosinhos – Maia – Gondomar/Valongo tenha de rebater no centro do Porto, comprometendo a competitividade do serviço”, sublinha.
No relatório final, de 2021, a Trenmo salienta que a Linha de Leixões se cruza com o Metro do Porto através da “linha A (na proximidade da estação do Senhor de Matosinhos), as linhas B e E (na proximidade da estação de Esposade), a linha C (na proximidade da estação de Araújo) e a linha D (na proximidade da estação do Hospital de S. João)”.
O estudo da consultora sobre a reactivação da linha prevê paragens no Senhor de Matosinhos, Portela (acesso ao pólo do Mar Shopping), Aeroporto, Esposade, Araújo, Leça do Balio, Arroteia, São Mamede de Infesta, Hospital de São João e São Gemil.
Na sexta-feira, CP mostrou-se pronta a reactivar o serviço na linha até Leça do Balio com um comboio por hora se forem construídas paragens no Hospital São João e Arroteia. Segundo a CP, as estações servidas seriam Campanhã, Contumil, São Gemil, Hospital São João (servindo também o pólo universitário da Asprela), São Mamede de Infesta, Arroteia (servindo a Efacec) e Leça do Balio (servindo a Lionesa e Unicer), numa primeira fase, e Custió-Araújo, Guifões e Leixões numa segunda fase.
O estudo da Trenmo inclui uma ligação ao Aeroporto Francisco Sá Carneiro, o que não acontece na proposta da CP.
Com o comboio, a Linha de Leixões cruza-se na “Linha do Minho, alternativamente, em Ermesinde (favorecendo os movimentos metropolitanos de Norte e Nascente) ou em Contumil (favorecendo os movimentos metropolitanos para Sul)”, acrescenta a consultora.
Segundo o estudo, o investimento para reabrir a Linha de Leixões, incluindo duplicação, acesso ao aeroporto e novas paragens, mas excluindo o troço Esposade – Matosinhos, “foi estimado com base em estudos desenvolvidos pela IP [Infraestruturas de Portugal]”, cifrando-se em 65,5 milhões de euros.
Em 2020, um estudo da Trenmo feito para a Câmara de Matosinhos já demonstrava a viabilidade da reabertura da linha e as “inegáveis vantagens” na mobilidade municipal e metropolitana.
Inaugurada em 1938, a Linha de Leixões fez serviço de passageiros até 1987 e entre Maio de 2009 e Janeiro de 2011.
Linha de Leixões será mais 1 oportunidade perdida como a linha de Cascais que aguarda há 50 anos para ser ligada às restantes linhas de transporte de passageiros da AM de Lisboa, Leixões do Porto !!
Se a linha ISMAI – Trofa fosse concluída, o hub rodoferroviario na Trofa ficaria fechado, fazendo também a ligação à linha do norte, linha de Braga, linha de Guimarães. O que daria acesso ao metro aos municípios adjacentes, principalmente ao município de santo tirso e município de Famalicão, para quem faz uso das linhas do norte e da famosa nacional 14, que passa a vida congestionada.
A IP já apresentou estudos e tem, no seu orçamento, um apoio para o fecho desta linha. Fica a cargo da AMP, a decisão da sua construção. Até porque a AMP herdou os terrenos da extinta linha estreita, que fazia ligação Trofa – Trindade, e que se encontram ao abandono e entregue a natureza…