Contrariando a tradição (e o bom senso?), o projecto de construção da linha ferroviária de mercadorias entre Évora e a fronteira do Caia não acautela a duplicação da via, nem a construção de uma futura ligação de Alta Velocidade.
A LTM (de linha de transporte de mercadorias), como foi baptizada pelo primeiro Executivo liderado por Passos Coelho, será construída em via única. Até aí, nada a opor. O pior, avança o “Público”, é que o projecto previsto pela agora IP, não prevê sequer deixar espaço para um futuro alargamento.
O normal nestas circunstâncias, para ganhar tempo e poupar dinheiro em futuras intervenções, é preparar o terreno e construir as obras de arte (fazer os aterros e as trincheiras, as pontes e viadutos) já com a largura suficiente para a futura eventual colocação, ao lado, de mais linhas.
Ao que o “Público” apurou, tal não terá sido, desta feita, a opção. Com isso poupar-se-á tempo e dinheiro no imediato. Mas poder-se-á ter de gastar bastante mais no futuro.
Recorde-se que o projecto de Alta Velocidade Lisboa-Madrid, cujo troço Évora-Caia chegou a estar adjudicado ao consórcio Elos pelo governo de José Sócrates, previa a criação de uma plataforma para a construção, lado a lado, da linha dupla de Alta Velocidade da linha única para mercadorias.
Para o concurso para a elaboração do projecto de execução da linha Évora-Caia a IP convidou nove concorrentes. O preço de referência do contrato é de 11,5 milhões de euros.
A construção deverá iniciar-se ainda em 2016 para ficar concluída em 2020.