A nova linha ferroviária entre Moatize e Macuse, em Moçambique, a construir pelo consórcio luso-chinês Mota-Engil/CNCEC, terá numa primeira fase uma capacidade de escoamento de 30 milhões de toneladas/ano, adiantou ao TRANSPORTES & NEGÓCIOS o líder da Thai Moçambique Logística (TML), José Pires da Fonseca.
A TML é a concessionária do também designado Corredor da Zambézia. O contrato de construção já foi assinado. Vale 2,4 mil milhões de dólares e compreende a construção da via férrea, entre a região carbonífera e o litoral, numa extensão de 500 quilómetros, e do porto de Macuse. Os trabalhos deverão iniciar-se em 2018 e prolongar-se por 44 meses.
Numa primeira fase, a capacidade da linha será de 30 milhões de toneladas/ano, mas o objectivo é crescer, “em fases subsequentes, até aos 100 milhões de toneladas”, adiantou Pires da Fonseca.
A concessionária TML (controlada pela tailandesa Italian Thai Development) assegurará as operações de transporte ferroviário, para o que deterá “40 locomotivas e 2 100 vagões”, e bem assim as operações portuárias. O investimento previsto em equipamentos ascende a “cerca de 400 milhões de dólares”, acrescentou.
O escoamento do carvão de Moatize é e será o principal objectivo do investimento. Mas nos planos da TML está também – avançou Pires da Fonseca – “o serviço de transporte de passageiros”, além “do transporte e manuseamento no porto de outros tipos de carga”. Para isso, o porto, “que poderá operar navios do tipo Panamax” ganhará a seu tempo “novos terminais”.
No imediato, a construção da linha e do terminal carbonífero será assegurada pelo consórcio Mota-Engil/CNCEC, o primeiro consórcio luso-chinês de construção e que junta logo dos players de referência dos dois países. Assinado o contrato, as obras iniciar-se-ão assim a concessionária feche o financiamento do projecto, que poderá envolver instituições chinesas. Sendo que a TML já terá garantidos contratos de transporte com as mineiras que operam na região de Tete, casos das indianas Jindal, JSW, ICVL entre outras.