Afinal, o “Lion Service” da MSC vai mesmo deixar de escalar o Terminal XXI de Sines, quer à importação, quer à exportação. Mas os “transit times” saem melhorados, garantiu Carlos Vasconcelos ao TRANSPORTES & NEGÓCIOS. A PSA Sines “aproveita” para acelerar a expansão do terminal para captar novos armadores.
É oficial e mais radical do que o TRANSPORTES & NEGÓCIOS anunciou ontem, com reservas. O “Lion Service” da MSC, a única ligação directa, à importação e à exportação, entre Portugal e o Extremo Oriente, vai mesmo deixar de escalar o porto de Sines.
Em comunicado hoje divulgado, a MSC Portugal adianta que as escalas no sentido westbound cessarão a partir de Abril, e que as escalas no sentido eastbound terminarão em Maio.
As “condições de mercado do Norte da Europa” são o motivo invocado para a reestruturação dos serviços da MSC de/para o Extremo Oriente.
A partir daqui, refere a MSC Portugal, as ligações entre o mercado nacional e o Extremo Oriente passarão a ser asseguradas, em Leixões, através do hub de Antuérpia, com o “Silk Service”, e em Sines, através do hub de Sevilha, com o “Dragon Service”.
Ao TRANSPORTES & NEGÓCIOS, Carlos Vasconcelos, administrador da MSC Portugal, referiu não prever “qualquer impacto significativo nos nossos volumes”, até porque, disse, “o transit time acabou por ser melhorado”.
“Estamos confiantes que não só manteremos os nossos volumes, como esperamos continuar a crescer como temos feito”, acrescentou o homem forte da MSC em Portugal.
Com o fim anunciado das escalas do “Lion Service”, Sines deixará de receber os megacarriers de última geração do armador helvético. Um contratempo que poderá ser também uma oportunidade, diz a PSA Sines.
A reestruturação dos serviços da MSC em Sines coincide com o início dos trabalhos de ampliação do molhe Leste de protecção do Terminal XXI e de aprofundamento do canal de entrada para -17 metros.
A obra, da responsabilidade da administração portuária, implicaria algumas limitações na manobra dos navios de maiores dimensões, pelo que, sustenta a PSA Sines em comunicado, a ausência de escalas dos mothersiphs poderá ser “aproveitada para se garantir uma maior eficiência nos trabalhos”.
A concessionária do Terminal XXI dispõe-se, pelo seu lado, a acelerar as obras de expansão do terminal, ou seja, a construção de 350 metros de cais, a ampliação em 5 hectares do parque de contentores e o aumento do número de pórticos de cais para seis.
“A reestruturação de serviços, encetada pela MSC, constitui também uma oportunidade para a reestruturação da oferta do Terminal de Contentores do Porto de Sines (Terminal XXI) que, após as obras de ampliação em curso, estará em melhores condições para se abrir a novos armadores e a novos portos de origem e de destino”, remata o comunicado da concessionária.