A Empresa de Mobilidade e Estacionamento de Lisboa (EMEL) propõe-se investir 28,9 milhões de euros, ao longo dos próximos nove anos, numa rede de 1 400 bicicletas partilhadas, distribuídas por 140 locais da cidade. A rede entrará em funcionamento em 2016.
Até 19 de Novembro, decorre um concurso público, promovido pela EMEL, para a “aquisição, implementação e operação do Sistema de Bicicletas Públicas Partilhadas (SBPP) na cidade de Lisboa”, que tem um valor base de 28 904 000 euros e um prazo contratual de 108 meses – nove anos -, segundo a informação publicada em Diário da República.
A EMEL explica que “o concurso agora publicado pretende identificar e contratar a empresa que vai fornecer e instalar toda a parte física do sistema, nomeadamente as 1 400 bicicletas e as 140 estações [postos de recolha] que estarão espalhadas em zonas estratégicas ao longo da cidade de Lisboa”.
“A empresa selecionada ficará ainda responsável pela gestão operacional do SBPP, incluindo a sua manutenção e logística operacional ao longo de nove anos”, acrescenta.
No anúncio do concurso, a EMEL salienta que os critérios de adjudicação se centram na “proposta economicamente mais vantajosa”, pelo que o preço vale metade (50%) na avaliação.
Ao mesmo tempo, a empresa municipal quer que a entidade vencedora tenha “experiência de utilização da bicicleta” e “componentes funcionais da bicicleta”, valendo estes factores 30% e 10%, respectivamente.
A EMEL vai ainda ter em conta a imagem do sistema das bicicletas partilhadas, factor que também vale 10%.
Na informação enviada à “Lusa”, a empresa municipal frisa que “assegurará […] em conjunto com a Câmara todo o planeamento da rede e tarifário do SBPP, a sua evolução ao longo do tempo e a integração com outras soluções tecnológicas que contribuam para melhorar a mobilidade na cidade”.
Em Junho, em declarações à “Lusa”, o presidente do conselho de administração da EMEL, Luís Natal Marques, anunciara que a empresa iria criar uma rede de 1 200 (agora passaram a ser 1 400) bicicletas partilhadas, distribuídas pela zona alta da cidade e pela frente ribeirinha, projeto que deverá estar em funcionamento no próximo ano.
No Plano de Actividades e Orçamento 2015 da EMEL, aprovado em Maio pelo Executivo municipal, está inscrita uma verba de perto de dois milhões de euros para “estudo e desenvolvimento” desta rede de bicicletas.
Já no Plano de Atividades e Orçamento 2016, que será discutido na reunião camarária da próxima quarta-feira, a implementação do sistema de bike sharing é um dos objetivos operacionais, para o qual serão alocados cerca de 2,4 milhões de euros.
A EMEL projeta para 2016 um volume de resultados líquidos de 206 mil euros, espera uma receita das vendas e prestações de serviços na ordem dos 32 milhões de euros e prevê gastar com pessoal e serviços externos mais de 28 milhões de euros.
Com um passivo de 53,6 milhões de euros, aquela empresa espera ainda arrecadar com a sua operação 40 milhões de euros, mais de metade (23,8 milhões de euros) através dos parquímetros.