A Lisnave registou no ano passado um resultado líquido de 7,1 milhões de euros, mais 55% que em 2021 e mais do dobro do inicialmente previsto, de acordo com o Relatório e Contas que será votado em assembleia geral.
Explicações para os resultados melhor que o esperado são várias. Desde logo, a Lisnave foi cautelosa nas suas previsões para 2022 (com lucros esperados abaixo dos de 2021) pelas incertezas que pairavam no horizonte. Mas também, o aumento dos lucros dos transportadores marítimos, a falta de navios e as incertezas na China (ainda por causa da prevenção da Covid-19) ajudaram à actividade na Europa.
Em consequência, a Lisnave recebeu 670 pedidos de consulta (+28% em termos homólogos) e garantiu 103 encomendas (+11%). E mais não terão sido porque a disponibilidade de docas para atender mais navios já é diminuta.: duas docas já estão reservadas até ao início do quarto trimestre.
Ao longo de 2022, a empresa reparou dez navios (mais dez que em 2021), de 51 clientes, de 23 países. O volume de negócios da reparação naval atingiu os 110,4 milhões de euros (+19,8 milhões de euros).
Para o ano corrente, as perspectivas são animadoras, diz a empresa, com uma carteira “inédita” de 30 encomendas, das quais algumas grandes intervenções (nomeadamente, a instalação de novos bolbos de proa e a adaptação para o abastecimento de energia eléctrica a partir de terra). A aposta na descarbonização do sector também é uma boa notícia, Mas regressa a concorrência da China, com o fim das restrições à circulação.