Apesar da pandemia, a Lisnave cresceu em 2020, em navios intervencionados e em volume de negócios, e regressou aos lucros.
No ano passado, a Lisnave reparou/manteve 76 navios (mais três do que em 2019), de 46 clientes, de 19 países, com destaque para a Inglaterra (nove), Noruega e Singapura (oito cada), Alemanha e Bélgica (sete cada). De Portugal contaram-se apenas três.
Foram mais intervenções, e de maior valor, com a factura média a atingir os 1,15 milhões de euros, refere a empresa no Relatório e Contas do exercício.
Assim, as vendas de reparação naval atingiram os 86,99 milhões de euros (mais 24,8 milhões em termos homólogos), os rendimentos de exploração chegaram aos 95,8 milhões (mais 23,3 milhões) e os gastos de exploração tocaram os 87,7 milhões (mais 13,1 milhões).
No final, os resultados líquidos atingiram os 5,8 milhões de euros, em contraste com as perdas de 1,96 milhões de 2019. Isto já contando com o prémio de 750 mil euros a distribuir pelos trabalhadores.
Ao longo de 2020, a Lisnave recebeu 540 consultas (mais 73 do que em 2019), mas que resultaram em apenas 76 encomendas (82 em 2018), o que significou quebra de 4 p.p. na taxa de sucesso para uns “insatisfatórios” 14%.
No relatório relativo a 2020, a gestão da empresa sublinha quem desde o início do processo de reestruturação (no segundo semestre de 1997), a Lisnave intervencionou 2 624 navios, de mais de 50 nacionalidades, e atingiu vendas de 2,4 mil milhões de euros (94% dos quais de exportações).
Sobre as perspectivas para 2021, a imprevisibilidade domina, mas todavia a empresa antecipa um aumento da procura a partir do segundo trimestre, ainda que com os preços cada vez mais pressionados pela concorrência de países de baixos custos.