A Lufthansa e o governo italiano entregaram a Bruxelas a proposta de “remédios” exigidos pela UE para viabilizar a compra de 41% da ITA Airways transalpina pela companhia germânica.
O acordo entre o estado italiano e a Lufthansa para a venda de 41% da ITA Airways (com opção sobre os restantes 59%) foi anunciado em Maio de 2023. Em Julho passado, a Comissão Europeia aprovou o negócio, mas impôs condições (“remédios) para garantir a concorrência no mercado.
O prazo para a apresentação dos “remédios” pela Lufthansa e pelo estado italiano terminou às 24 horas de segunda-feira e foi cumprido sobre a hora, porque entretanto gerou-se um impasse, com a companhia germânica a “exigir” (sem sucesso) um desconto de 10% no valor a pagar (325 milhões de euros).
A proposta apresentada a Bruxelas contemplará a cedência de slots no Aeroporto de Milão – Linate e de voos entre Itália e a Europa Central (Alemanha, Áustria, Bélgica e Suíça) à EasyJet, além de voos entre Roma – Fiumicino e a América do Norte (São Francisco, Washington e Toronto) à Air France-KLM e à IAG.
Com esta aquisição, a ITA Airways passará a ser a quinta companhia do grupo Lufthansa, que assim estende até à Europa do Sul a sua estratégia de multi hub e multimarca.
A ITA Airways foi fundada em Novembro de 2020, na sequência do fecho da Alitalia, e a sua vida não tem sido fácil, sobrevivendo à custa de apoios estatais. A companhia emprega cerca de 4 000 funcionários e opera uma frota de 66 aviões Airbus, com os quais serve 64 destinos (21 domésticos, 33 internacionais e dez intercontinentais).
O desenvolvimento das ligações com África e a América Latina é uma das opções estratégica já traçadas para a nova vida da ITA Airways.
A Lufthansa já assumiu reiteradamente o interesse na privatização da TAP.