A Lufthansa perdeu 2,1 mil milhões de euros no primeiro trimestre e o segundo deverá ser ainda pior. A companhia alemã anuncia uma profunda reestruturação.
A Lufthansa anunciou um prejuízo de 2,1 mil milhões de euros no primeiro trimestre do ano. Entre Janeiro e Março do ano passado, um período geralmente fraco para as empresas aéreas, o grupo Lufthansa registou perdas de 342 milhões. Os resultados foram apenas parcialmente afectados pela crise da Covid-19, pelo que o período de Abril a Junho deverá ser ainda pior.
“O tráfego aéreo ficou quase completamente paralisado nos últimos meses e isso prejudicou os nossos resultados numa dimensão sem precedentes”, resumiu o presidente e CEO, Carsten Spohr. Com efeito, a Lufthansa registou uma perda operacional de 1 200 milhões de euros, com uma queda de 18% no volume de negócios, valores aos quais deve ser adicionada uma redução no valor contabilístico de várias das suas unidades de negócios, como a empresa de catering ou a companhia Eurowings. Também a frota do grupo teve de ser depreciada em 266 milhões de euros.
Paradoxal que pareça, mesmo a queda do preço do petróleo resultou em perdas adicionais de 950 milhões de euros: o querosene está a ser negociado abaixo do que é definido nos contratos de entrega assinados pela maioria das companhias aéreas do mundo, entre as quais a germânica.
A Lufthansa, que receberá do estado alemão uma injecção de capital de nove mil milhões de euros, vai, por isso, implementar uma “reestruturação profunda” em “todos as unidades de negócio”. O plano incluirá um corte acentuado no quadro de trabalhadores da companhia-mãe e de todas as suas subsidiárias (incluindo a Austrian Airlines e a Swiss). Não há, porém, ainda, números concretos. A Lufthansa emprega quase 140 mil pessoas em todo o mundo e, desde o início da crise económica causada pela pandemia, deixou cerca de 700 aviões (de um total de 760) imobilizados e mais de 60% de seus funcionários a trabalharem a tempo parcial.
A pandemia “influencia de maneira sem precedentes” as contas da maior companhia aérea europeia “e a procura vai retomar de forma muito lenta”, de acordo com Carsten Spohr. “Teremos de equilibrar isso com uma reestruturação profunda”, disse.
“A Lufthansa planeia reduzir os custos em relação aos níveis pré-crise”, deu nota a companhia, que em Abril já havia anunciado uma redução da frota em 100 unidades e planeava fechar a subsidiária Germanwings, o que foi concretizado nas últimas semanas.