A Maersk reviu em alta a previsão do EBITDA para o final do ano. A justificação é o aumento da procura no transporte de contentores dos últimos meses.
A Maersk reportou no terceiro trimestre uma receita não auditada de 9,9 mil milhões de dólares (8,4 mil milhões de euros) e um EBITDA antes dos custos de reestruturação e integração de 2,4 mil milhões de dólares.
A companhia dinamarquesa continua optimista com as perspectivas até ao final do ano, tendo decidido rever em alta a previsão de EBITDA em 14,2%. A Maersk prevê agora um EBITDA de 7,5 mil a oito mil milhões de dólares antes dos custos de reestruturação e integração, contra estimativas anteriores de seis mil a sete mil milhões de dólares.
“Os volumes recuperaram mais rápido do que o esperado, os nossos custos permaneceram sob controlo, os preços dos fretes aumentaram devido à forte procura e estamos a aumentar rapidamente os ganhos em logística e serviços. As perspectivas para o quarto trimestre são sólidas pelos mesmos motivos e, portanto, podemos actualizar as nossas expectativas para o ano inteiro”, indica, citado em comunicado o CEO da AP Moller – Maersk, Søren Skou.
Ainda assim, a Maersk confirmou a dispensa de dois mil trabalhadores.
2021 com incerteza no horizonte
Muitas companhias de transporte marítimo de contentores têm registado preços de frete recorde nas últimas semanas, fazendo com que vários directores financeiros de companhias do sector revejam em alta as suas contas. Skou avisa, porém, que as perspectivas para 2021 permanecem incertas devido à pandemia de Covid-19 em curso.
“O impacto positivo dos pacotes de estímulo pode ser menos forte em 2021, potenciais novos confinamentos terão impacto na procura e o timing e a eficácia de uma possível vacina terão impacto em 2021”, avisa o executivo.
Um relatório sobre o transporte de contentores divulgado esta semana pela Fitch Ratings vai de encontro à análise de Søren Skou: optimista no curto prazo, mas cauteloso com as questões de mais longo prazo.
“Esperamos que os preços médios de fretes saudáveis continuem no curto prazo, embora as potenciais pressões do proteccionismo comercial e a relocalização das cadeias de abastecimento daí resultante, a fraca recuperação económica e a queda na disciplina de abastecimento possam afectar os preços no longo prazo”, indica o relatório.