Mais um trimestre, mais um recorde. E vão 16 trimestres a crescer, anunciou hoje a Maersk. E, no entanto, o mercado está a regredir, reconhece a companhia.
A Maersk atingiu um lucro de 8,9 mil milhões de dólares no terceiro trimestre, o que representa um crescimento homólogo de 63%.
No período, as receitas do grupo atingiram os 22,8 mil milhões de dólares, numa subida de 37% face ao ano passado. Só a divisão Ocean registou receitas de 18 mil milhões de dólares (13 mil milhões no período equivalente de 2021), um EBITDA de 9,9 mil milhões (6,3 mil milhões) e um EBIT de 8,7 milhões (5,3).
Os volumes movimentados, é verdade, caíram 7,6%, para três milhões de FFE. Mas as tarifas médias aumentaram 42%, para 5 046 dólares. A maior queda dos volumes foi sentida no Leste – Oeste (menos 10,2%), precisamente onde se verificou o maior aumento dos fretes médios (+54,1%).
O aparente contrassenso é explicado pelo peso dos contratos de longa duração celebrados pela Maersk em alta e que de alguma forma agora a protegem do arrefecimento do mercado e, logo, da revisão em baixa dos preços.
No balanço dos nove meses, as receitas Ocean subiram 52% em termos homólogos, com os volumes a cederem 7,2% e as tarifas médias a treparem 57%. Apesar do aumento dos custos operacionais, as margens subiram cerca de 13 pontos percentuais, para 54,4% (EBITDA) e 47,4% (EBIT).
Mas o mercado está mesmo a arrefecer, e nem a Maersk lhe deverá ficar indiferente. A companhia reviu em baixa as previsões da procura no shipping de contentores, para o intervalo -2% / -4% (anteriormente, apontava para +1% / -1%) e lembra que os ganhos da divisão Ocean baixarão nos próximos períodos, como previsto.