Apesar da crise do Mar Vermelho (ou por causa dela…), a Maersk teve em 2024 o seu terceiro melhor ano de sempre, só superado pelos “loucos” 2021 e 2022.
A Maersk registou em 2024 um resultado líquido de 6,2 mil milhões de dólares, superando largamente os 3,9 mil milhões de 2023. O EBITDA atingiu os 12,1 mil milhões de dólares (9,6 mil milhões no exercício anterior) e o EBIT subiu aos 6,5 mil milhões (3,9 mil milhões, idem). As receitas tocaram os 55,5 mil milhões de dólares (51,1 mil milhões).
Com todas as áreas de negócio em alta, a Ocean atingiu receitas de 37,4 mil milhões de dólares (33,7 mil milhões um ano antes) e um resultado operacional de 9,2 mil milhões (6,9 mil milhões), com uma margem de 24,6% (20,6%).
Os volumes transportados aumentaram de 11,9 milhões para 12,3 milhões FFE, e o valor médio dos fretes atingiu os 2 698 dólares (2 313 em 2023) – essencialmente puxado pela subida de 33,1% registada nas ligações Leste – Oeste.
A procura em alta e os constrangimentos decorrentes da crise no Mar Vermelho ajudaram à subida das receitas, e a Maersk logrou compensar de algum modo o aumento dos gastos (desde logo, com combustível) resultante do desvio dos navios para a Rota do Cabo.
Assim: “O maior consumo de combustível em 14% e os maiores custos de movimentação de contentores em 5,5% deveram-se ao redirecionamento para o Cabo da Boa Esperança. O custo de networking, excluindo o bunker, diminuiu 1,5%, principalmente devido aos menores custos portuários e de canal associados a menos travessias do Canal do Suez, compensando o aumento dos custos de transhipment e de tempo de fretamento equivalente e por slot”.
A importância da crise do Mar Vermelho para a performance da Maersk pode medir-se também pelas estimativas para 2025. Assumindo que o mercado mundial de shipping de contentores crescerá cerca de 4% e que a Maersk o acompanhará, as previsões são de um EBITDA de entre 6 e mil milhões de dólares e um EBIT de entre zero e três mil milhões de dólares. Os resultados serão tanto melhores quanto mais durar a crise no Mar Vermelho, com a companhia a apontar para o limite inferior do intervalo em caso do regresso pleno ao Canal do Suez em meados do ano, e para o limite superior das estimativas caso esse regresso só aconteça lá para o final de 2025.