Num ano particularmente difícil por causa da pandemia, a MAIS juntou os Açores à Madeira, aumentou os volumes e as receitas, resume António Beirão ao TRANSPORTES & NEGÓCIOS.
Apesar da pandemia, 2020 “foi um ano bom” para a MAIS (Madeira Air Integrated Solutions). Quem o diz é o “homem forte” da companhia que diariamente (de terça-feira a sábado) voa de Lisboa para a Madeira e, desde Agosto, para os Açores.
O regresso aos Açores, depois de uma tentativa fracassada há alguns anos, foi, de resto, um dos pontos altos do exercício. “Sem apoios públicos”, mas com um contrato “com os CTT para o transporte de carga, correio e encomendas expresso) que serviu de alavanca, a companhia levantou voo para Ponta Delgada e para a Terceira.
A ajudar ao sucesso, a MAIS contou com o “acordo com a SATA, que comercializa a capacidade de carga à saída dos Açores, além de dar assistência ao nosso avião”, destaca António Beirão.
Com os Açores a juntarem-se à Madeira, os volumes transportados ao longo do ano findo “cresceram cerca de 33%” face a 2019, para a casa das 3 500 toneladas. Sendo que dessas, “cerca de 900 toneladas corresponderam a exportações da Madeira”.
A taxa de ocupação dos aviões – dois ATR72 da Swiftair, com um payload de 7 500 kg para a Madeira e 5 500 kg pra os Açores – “esteve sempre acima dos 95%” à saída de Lisboa, e “na casa dos 65%” nos sentidos inversos.
As receitas também avançaram, mas menos, “mais ou menos 20%”, fixando-se cerca dos “quatro milhões de euros”.
Os dois exercícios não são directamente comparáveis, já se sabe, mas, além disso, faz questão de sublinhar o gestor, “ao contrário de outros, não mexemos no nosso tarifário, não aproveitamos a escassez de capacidade para subir preços”. Ao contrário, insiste, “tratamos de corresponder às necessidades dos nossos clientes e parceiros, realizando voos suplementares sempre que preciso”.
Menos bem-sucedido, por força da pandemia, foi o projecto de servir os fluxos de mercadorias entre a Madeira e Açores e a Europa, em parceria com o Grupo IAG, com Lisboa a servir de placa giratória. Mas a parceria permanece e “há planos para a promoção dos produtos insulares nos mercados europeus”.
Para 2021, as expectativas de António Beirão são de “manutenção do ritmo de actividade”. O que não significa que não haja novos planos na forja.
“Se o mercado normalizar, propomo-nos alargar a nossa oferta de serviços a operações de logística integrada, serviços door-to-door, soluções de temperatura controlada, ou serviços expresso”, antecipa António Beirão. Sempre “com os transitários”, garante. “Porque temos volumes, massa crítica para poder oferecer-lhes soluções que, sozinhos, não podem implementar”.
Com tudo isto, o negócio é rendível? “Sim. Entramos no quarto ano de exploração. De início investimos mais de um milhão de euros, mas agora estamos, finalmente, a colher os frutos do trabalho desenvolvido ao serviços das regiões e dos nossos clientes”, remata.