São Tomé poderá vir a ter dois portos de águas profundas dedicados ao negócio do petróleo. A que se poderá juntar ainda o projecto da CMA CGM, dedicado ao tráfego de contentores.
De regresso de uma visita à Suíça, o primeiro ministro Patrice Trovoada disse, citado pela “France Press”, que o governo do arquipélago assinou um acordo de princípio com o grupo Gunvor para a criação de um centro de negócios de petróleo, que incluirá um porto de águas profundas.
A concretizar-se, a futura instalação localizar-se-á na zona da Esprainha, no Norte da ilha de São Tomé. O investimento previsto ascenderá a 200 milhões de dólares e será financiado pela banca helvética. Será o “maior centro petrolífero da África Ocidental”, afirmoou Trovoada. Os estudos técnicos iniciar-se-ão dentro de meses, acrescentou.
Com sede em Genebra, o grupo Gunvor é especializado na prestação de serviços à indústria petrolífera.
A angolana Sonangol detém uma concessão do governo de São Tomé e Príncipe para desenvolver também um porto petrolífero de águas profundas no país, na cidade de Neves, também no Norte.
O investimento da Sonangol foi avaliado em 30 milhões de dólares e compreenderia a criação de uma zona de armazenagem de combustível para abastecer os navios que demandem a zona do Golfo de Guiné.
Já a CMA CGM mantém um projecto de criação de um hub de transhipment em Fernão Dias, num investimento estimado de 570 milhões de dólares (em 2009). A ideia é transformar São Tomé numa plataforma giratória para os tráfegos Norte-Sul e Leste-Oeste.
A crise que entretanto se instalou, e com ela as dificuldades de financiamento, comprometeram o arranque do projecto. Recentemente, o governo são-tomense anunciou uma espécie de ultimato ao grupo francês, admitindo procurar outro parceiro para concretizar a iniciativa.