O Corredor do Sudoeste Ibérico reclama já para este ano a reactivação do comboio entre Lisboa e Madrid. Mas não só. Para já, recolhe assinaturas de entidades e individuais.
Setenta entidades e 28 mil pessoas de Portugal e Espanha já subscreveram o manifesto do Corredor Sudoeste Ibérico que reclama a criação e dinamização de infra-estruturas que melhorem as conexões entre as capitais dos dois países.
“Temos 70 assinaturas” de instituições como “câmaras municipais, universidades, escolas e ordens profissionais” e o objectivo é “chegar às 200”, revelou o director-geral da organização, Antonio García Salas.
Segundo o responsável do grupo luso-espanhol de empresas, o manifesto conta igualmente com “28 mil” subscrições de “particulares”, estando a meta fixada, neste caso, nas “50 mil” assinaturas.
“O objectivo é entregar o manifesto aos governos dos dois países e à Comissão Europa”, adiantou.
António Garcia Salas falava aos jornalistas, em Évora, no final da assinatura do manifesto de apoio ao Corredor Sudoeste Ibérico pelos presidentes da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional (CCDR) do Alentejo, António Ceia da Silva, e da Agência de Desenvolvimento Regional do Alentejo (ADRAL), José Calixto.
“Este corredor não é só o comboio. É um entendimento do território como um espaço de fluxos e conexões”, sublinhou, assinalando que o grupo tem propostas para “infra-estruturas ferroviárias, rodoviárias, digitais, energéticas e ambientais”.
O responsável indicou que uma das reivindicações é “conectar já este ano Lisboa a Madrid pelas linhas [ferroviárias] que existem”, nomeadamente, em Portugal, através da Linha do Leste, que liga Abrantes à fronteira do Caia, em Elvas.
“Pretendemos que o comboio que actualmente faz Madrid – Badajoz continue até Lisboa. Isso é possível, é relativamente económico e era um impulso muito grande para que se visualizasse a mudança que pode haver”, assinalou António García Salas.
A conclusão, até 2023, da electrificação da Linha do Leste e da ligação entre Mérida e Puertollano e, até 2025, de toda ferrovia entre Lisboa e Madrid e a entrada em serviço do corredor misto de Alta Velocidade entre Sines e as duas capitais são outras das reclamações.
Nas declarações aos jornalistas, o presidente da CCDR do Alentejo, António Ceia da Silva, afirmou que a entidade está “sempre ao lado” de instituições que “lutem por projectos no Alentejo”, porque estará “ao lado do desenvolvimento”.
Já o presidente da ADRAL, José Calixto, realçou que o grupo empresarial fez “uma planificação bastante estruturada” e considerou que as suas propostas “são investimentos fundamentais para o desenvolvimento” do Alentejo e da Extremadura espanhola.
Portugal tem em curso as obras de construção de quatro troços do futuro Corredor Internacional Sul, com o qual se pretende aumentar a capacidade da ligação ferroviária dos portos de Lisboa, Setúbal e Sines a Espanha e reduzir os tempos de trânsito do tráfego de mercadorias.
Onde posso assinar o manifesto?
Fiz há cerca de 2 anos a viagem de ida e volta na automotora Entroncamento/Badajoz: muito interessante o percurso para quem não tiver pressa: parou em todas as estações, mesmo não havendo movimento algum, o que tornou tudo muito mais moroso.
Penso que o intercidades diurno proposto Madrid/Lisboa/Madrid, servindo todas as cidades do lado português Elvas/Entroncamento (não esquecendo Portalegre), terá “pernas para andar”. Serviria já uma vasta região do Alentejo interior, sem menosprezar a tão badalada ligação Lisboa/Évora/Madrid que tornará este trajeto mais rápido (será mesmo em 2023 sr ministro? é que, como muito bem saberá, mas não diz publicamente, o AVE Badajoz/Madrid só lá para 2030 estará pronto na totalidade) e, quanto a mim, competitivo com o avião e, mais, indo ao encontro do preconizado pela UE com relação às viagens aéreas de curta distância: 600 a 800Km.
Parece que o proposto pela linha do Leste seria realizado apenas por composições da RENFE que parecem de alta qualidade de conforto, como pude observar em Badajoz.
Eu acho, posso estar enganado claro, que a razão deste desgoverno do PS de A Costa não ter até agora falado na ligação ferroviária de passageiros e apenas de mercadorias entre Elvas (Caia) e Évora porque entre Évora e Lisboa tem comboios diários há vários anos, deve-se exclusivamente a obter de Bruxelas mais % a fundo perdido para os pesadíssimos investimentos na ferrovia nacional que pertence mais ao sex XIX do que ao XX. É por isto será ??
No país da UE que menos cresceu nos últimos 20 anos e que pede esmola há 30 anos !?