O grupo Martifer propõe-se investir 12 milhões de euros na modernização dos estaleiros de Viana e promete pagar “salários iguais ou superiores” aos ex-trabalhadores daquela empresa recrutados pelo novo subconcessionário, informou fonte sindical.
A informação consta de uma nota enviada pelo Sindicato dos Metalúrgicos e pela União de Sindicatos de Viana do Castelo (CGTP) aos trabalhadores da empresa pública, à qual a “Lusa” teve acesso, dando conta dos resultados da reunião realizada na sexta-feira passada, em Oliveira de Frades, com a administração do grupo privado.
O encontro, lê-se na nota, serviu para a administração da Martifer dar “a conhecer” aos representantes sindicais – mandatados pelos trabalhadores para estes contactos – “as suas intenções para o futuro a médio e a longo prazo”, em termos laborais, do projecto para a subconcessão dos estaleiros a assumir pela nova empresa West Sea.
Ainda de acordo com a mesma informação, a empresa “está já a recrutar ex-trabalhadores” dos Estaleiros Navais de Viana do Castelo (ENVC) para começar a laborar e “prevê a curto prazo iniciar a construção dos navios asfalteiros para a Venezuela”.
Além disso, explicam os sindicatos, a West Sea – empresa criada pela Martifer para assumir a subconcessão dos terrenos e infra-estruturas dos estaleiros -“vai abrir instalações em Viana do Castelo” para proceder ao recrutamento “prioritário” de ex-trabalhadores dos ENVC”, entre os 400 que pretende contratar.
Adiantam ainda, na nota, que receberam informação da administração garantindo que a empresa “pretende efectuar um plano de investimentos na ordem de 12 milhões de euros” e que os salários dos trabalhadores a recrutar pelo subconcessionário “serão iguais ou superiores aos praticados nos ENVC”.
Entretanto, a administração dos ENVC mantém em vigor até ao próximo dia 21 o novo plano social com vista à rescisão amigável dos contratos de trabalho pelos mais de 450 funcionários que ainda têm vínculo com a empresa pública.
Além de indemnizações de um salário por cada ano de trabalho, o novo plano prevê uma compensação no âmbito do fundo de pensões a converter em PPR. E também uma majoração nas indemnizações, no valor de 2 500 euros, em determinados casos sociais previamente identificados na empresa.