O terminal de Lousado, as oficinas do Entroncamento e a compra de locomotivas eléctricas são as principais apostas da Medway para 2021, segundo Carlos Vasconcelos.
A pandemia e outras incertezas obrigaram a Medway a um compasso de espera nos planos de crescimento que tinha para o ano findo. Mas o presidente da operadora, em entrevista ao “Negócios”, mostrou-se confiante que 2021 será diferentes e que até o comboio Vasco da Gama poderá partir para a Alemanha.
O terminal de Lousado, em Famalicão, apresentado há anos como o maior da Península Ibérica, ainda não saiu do papel, aguardando uma decisão da Agência Portuguesa do Ambiente. Carlos Vasconcelos acredita, porém, que as obras poderão começar em breve e, se tudo correr pelo melhor, ficar terminadas ainda este ano. O investimento ascende a 55 milhões de euros.
Em obras deverá entrar, também este ano, o ex-terminal da MSC no Entroncamento (que entretanto se mudou de armas e bagagens para o agora ex-TVT), para ali serem instaladas as novas oficinas de manutenção e reparação de material circulante da Medway, num investimento de 22 milhões de euros, adiantou o gestor.
Ainda este ano ficará decida a compra de novas locomotivas eléctricas, que todavia só chegarão em 2023. Carlos Vasconcelos escusou-se a adiantar números da encomenda e do investimento, adiantando apenas que o material se destina a substituir tracção diesel e visa sobretudo o mercado espanhol. O investimento, recorde-se, estará há muito autorizado pela casa-mãe, mas subsistia o problema do Convel português.
Em aberto, finalmente, está a concretização do projecto Vasco da Gama, um comboio que deverá ligar Portugal à Alemanha, um pouco, ou muito, ao jeito do “comboio da Autoeuropa” operado ainda pela CP Carga.
Descarbonização prejudicou contas
No ano passado, a Medway sofreu uma quebra de 10% na procura. O que até não é um mau resultado, considerando o impacte da pandemia na actividade económica e a perda de 20% do negócio com o fim dos carregamentos de carvão (um “mal” que atingiu também o porto de Sines, com o encerramento das centrais a carvão da EDP).
Valeram os ganhos na movimentação, madeiras e minérios e o acelerar das obras de modernização da rede ferroviária nacional (com a necessidade de transporte de materiais daí decorrente).
Tudo pesado, não foi em 2020 que a Medway atingiu o break-even, mas Carlos Vasoncelos acredita que será em 2021.
A Medway, recorde-se, é o resultado da privatização da CP Carga, em2015. Desde então, a empresa cresceu de 558 para 754 trabalhadores; as vendas aumentaram 6% (para a casa dos 70 milhões de euros); os comboios realizados subiram 21,8% (30 920 no ano findo) e a dívida baixou de 121,5 para 49,7 milhões. Em baixa estiveram também os volumes transportados, de dez para sete milhões de toneladas.
Extraordinário o trabalho do SENHOR FERROVIA, pegou na CP carga na bancarrota e sem futuro para em poucos anos entrar nos lucros, se ele pegasse na CP “inteira”, isto é, na REFER também enchia os comboios, velhos e novos