O metro ligeiro de Macau, em construção e que já sofreu diversos atrasos e derrapagens orçamentais, deverá circular na ilha da Taipa em 2019, indicou o secretário dos Transportes e Obras Públicas.
“Os trabalhos de construção civil na linha da Taipa, com uma extensão de 9,3 quilómetros e 11 estações, serão finalizados até ao final do próximo ano”, disse Raimundo do Rosário, durante a apresentação sectorial das Linhas de Acção Governativa (LAG) para 2016 na Assembleia Legislativa de Macau. Os carris e a “parte eletromecânica” devem estar concluídos em 2017 e em “2019 a linha da Taipa já pode entrar em funcionamento, em princípio”.
Em Março, durante a apresentação das LAG para 2015, o mesmo secretário pediu desculpa pela não existência de um calendário para a obra, incluindo a linha da ilha da Taipa, que se espera ser mais simples e rápida. A linha da península de Macau, cujo traçado implicou diversas consultas públicas e foi recebido com contestação popular, continua sem data de concretização.
Tal como em Março, o secretário dos Transportes e Obras Públicas queixou-se agora da falta de recursos humanos, justificando as dificuldades na obra: “não posso responder a tudo e fazer tudo. O Gabinete para Infraestruturas de Transportes só tem 90 funcionários e não
temos tempo suficiente para fazer outras coisas. O segmento da Taipa está dividido em três fases e ainda temos a questão da oficina. Por isso, não podemos fazer tudo com prioridade”, afirmou.
Transporte individual em rápido crescimento
Espera-se que o metro ajude a atenuar o grave problema de trânsito de Macau, um território com cerca de 30 quilómetros quadrados e mais de 500 000 residentes permanentes, um tema que o secretário também abordou.
“O problema do trânsito tem-se, de facto, agravado. Cerca de 129 mil motas e 119 mil carros circulavam nas estradas do território em Novembro, o que representa um aumento da ordem dos 4%” em termos anuais, lembrou.
Raimundo do Rosário indicou que, em média, este ano, Macau registou 620 novos veículos por mês, afirmando que deseja, em 2016, “controlar, indirectamente, o aumento do número de veículos particulares”. Nesse sentido, “será criado, a título experimental, um corredor exclusivo para transportes públicos entre a Barra e a Doca do Lam Mau, que funcionará em determinados períodos do dia”, explicou.
Serão também emitidas 250 novas licenças de táxis e aumentados os impostos sobre os veículos particulares, bem como criadas novas exigências nas inspecções.
Raimundo do Rosário sublinhou ainda a importância da protecção ambiental, numa altura em que os residentes se queixam cada vez mais da degradação da qualidade do ar. A título de exemplo, indicou que serão instalados nos parques de estacionamento públicos 60 postos de carregamento para veículos eléctricos.