Os três administradores da Metro do Mondego ainda em funções renunciaram aos cargos, o que força o Governo a nomear os substitutos até ao final do mês.
O administrador executivo João Rebelo formalizou a renúncia na passada sexta-feira, dando assim “seguimento a uma intenção já manifestada à tutela em Fevereiro”, afirmou, citado pela “Lusa”.
António Simões, administrador não-executivo, demitiu-se ontem. Na carta enviada ao secretário de Estado dos Transportes, e a que a “Lusa” teve acesso, lembra que “o projecto está, desde Junho de 2010, numa fase totalmente indefinida, razão pela qual sinto uma enorme frustração, não pelo trabalho que os elementos do conselho de administração desempenharam, sempre com posições unânimes sobre o Sistema de Mobilidade do Mondego, mas por falta de decisões por parte do accionista maioritário”.
Hoje mesmo foi a vez Vassalo de Abreu, também administrador não-executivo, reununciar ao cargo.
O êxodo dos administradores da Metro do Mondego iniciou-se já em Novembro de 2010, com a saída do presidente, Álvaro Maia Seco. Seguiram-se-lhe, já em Março deste ano, Carlos da Cunha Picado e Parola Gonçalves. No início de Junho foi a vez de Carlos Ferreira, administrador nomeado em representação dos municípios.
A Metro do Mondego foi criada em 1996, com a participação, maioritária, da Refer e da CP, e ainda com os municípios de Coimbra, Miranda do Corvo e Lousã, os três servidos pelo ramal da Lousã.
O projecto previa a desactivação da linha férrea pesada e a sua transformação num sistema de metro ligeiro, com uma componente suburbana e outra urbana (a exemplo do que acontece no Porto).
Em 16 anos, a Metro do Mondego apenas realizou duas empreitadas, no valor de 150 milhões de euros, de um total previsto de 447 milhões de euros para os 37 quilómetros do canal ferroviário desactivado.
Em Maio último, o Governo nomeou um grupo de trabalho liderado pelo ex-presidente da Câmara de Coimbra, Carlos Encarnação, para estudar e propor alternativas para a implementação do Sistema de Mobilidade de Mondego.
A integração do Metro do Mondego com os Serviços Municipalizados de Transportes Urbanos de Coimbra (SMTUC) é uma das hipóteses que deverá ser ponderada num prazo máximo de 90 dias.