A construção da Linha Rubi do Metro do Porto marcará “a história mundial da engenharia civil”, promete o presidente da empresa. A obra foi hoje consignada e os trabalhos começam dentro de dias.
Três anos é o prazo previsto para a construção da linha H – Linha Rubi – do Metro do Porto, que há-de ligar a Casa da Música, na Invicta, a Santo Ovídio, em Vila Nova de Gaia, cruzando o Douro numa nova ponte, já baptizada de D. Antónia, a Ferreirinha.
“Os três anos são um prazo exigente, que nós sabemos que é exigente, isso nunca o ocultámos. Estamos a falar de três quilómetros de túnel e uma ponte”, reconheceu Tiago Braga, presidente da Metro do Porto, aos jornalistas, no final da cerimónia de consignação da obra com o consórcio Alberto Couto Alves (ACA), FCC Construcción e Contratas y Ventas.
“Este projecto é muito, muito complexo, envolve muitas especialidades, tem muitos desafios”, frisou, salientando que “não há nenhum projecto em Portugal com estes prazos”, arriscando mesmo que a obra marcará “a história mundial da engenharia civil”. As estruturas para a obra serão montadas “nos próximos dias”, adiantou.
A Linha Rubi acrescentará 6,4 quilómetros e oito estações à rede do Metro do Porto (Casa da Música e Campo Alegre, do lado do Porto, Arrábida, Candal, Rotunda, Devesas, Soares dos Reis e Santo Ovídio, na margem esquerda do Douro).
No seu discurso na cerimónia de consignação da obra, Tiago Braga salientou que a nova linha terá “um efeito de rede nos restantes modos de transporte”, nomeadamente com o comboio, nas Devesas com a Linha do Norte, e em Santo Ovídio com a futura linha de Alta Velocidae.
Além disso, disse, as ligações à restante rede do Metro do Porto na Casa da Música e em Santo Ovídio fazem da Linha Rubi “uma linha circular, um anel de serviço de elevada frequência que funcionará como uma rótula de distribuição dos clientes provenientes das redes de maior capilaridade, sejam elas rodoviárias, sejam do próprio sistema de metro”.
As projecções apontam para um um aumento de 12 milhões de clientes por ano para a Metro do Porto, e para uma redução anual de 17,5 toneladas de emissões de dióxido de carbono.
O investimento global da Linha Rubi é de 435 milhões de euros, financiado pelo Plano de Recuperação e Resiliência (PRR).