A Metro do Porto prolongou por 15 dias o prazo para a entrega de propostas para a concepção e construção da linha de BRT Boavista – Praça do Império.
O anúncio da prorrogação do prazo, que é agora de 60 dias, foi hoje publicado em Diário da República. Fonte da Metro do Porto justificou-a com os pedidos de esclarecimento recebidos dos potenciais concorrentes.
O concurso público internacional para a concepção e construção do BRT (Bus Rapid Transit) Boavista-Império, inicialmente previsto para 21 de Maio, foi lançado a 6 de Julho, numa cerimónia que contou, entre outros, com a presença do primeiro-ministro, António Costa, e do secretário de Estado da Mobilidade, Eduardo Pinheiro.
Num investimento global de 66 milhões de euros suportado pelo Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), o primeiro eixo do BRT que vai ligar a Praça do Império e a Rotunda da Boavista e tem um prazo de execução de 20 meses, 18 dos quais reservados à obra em si.
De acordo com a informação revelada em Julho, prevê-se que a nova linha possa acrescentar ao Metro do Porto uma média diária superior a 31 mil clientes, correspondente a mais de 11 milhões de validações/ano.
A empresa acredita que até ao final do ano deverá ser possível adjudicar a obra, prevendo-se que a linha esteja em operação até final de 2023.
Assumindo frequência idênticas às do metro, o sistema BRT, com veículos articulados e lotação entre os 180 e os 220 passageiros, poderá atingir uma capacidade de transporte na ordem das 4 400 pessoas por hora e sentido.
Estes veículos terão prioridade “absoluta” nos cruzamentos e intercepções com a rodovia, dado que o sistema electrónico de balizamento e apoio à exploração activa automaticamente toda a semaforização.
A linha Boavista – Império terá uma frequência de cinco minutos em hora de ponta e a viagem entre os dois extremos demorará apenas 15 minutos.
A ligação entre as duas avenidas vai concretizar-se através de uma nova rotunda que será atravessada interiormente pelo canal de BRT. Nos extremos desta linha, nas duas rotundas já existentes – uma na Boavista e outra na Praça do Império – o canal de BRT ocupará a faixa mais central.
A frota das composições – articuladas e movidas a “pilhas de hidrogénio”, terá oito veículos, seis para operação regular e dois de reserva, cujo concurso público será lançado em Outubro.
Desenvolvida ao longo das avenidas da Boavista e Marechal Gomes da Costa, a nova linha tem uma extensão de oito quilómetros – quatro em cada sentido- sendo servida por oito novas paragens: Casa da Música, Bom Sucesso, Guerra Junqueiro, Bessa, Pinheiro Manso, Serralves, João Barros e Império.
Em Julho, o presidente da Metro do Porto, Tiago Braga, adiantava que esta solução irá garantir a preservação dos elementos nucleares do eixo Boavista – Império, não só no domínio funcional, com a manutenção dos níveis de fluidez de trânsito na Avenida da Boavista, incluindo o acesso a eixos tão relevantes como a Via de Cintura Interna (VCI), como no domínio ambiental com a manutenção do corredor verde central da Avenida Marechal Gomes da Costa.
As estações localizadas ao longo desta avenida vão ser desenhadas pelo arquitecto Siza Vieira, revelou ainda Tiago Braga.