O presidente da Metro do Porto insiste que serão autocarros da STCP a operar provisoriamente, a partir de Setembro, o BRT, ou Metrobus, do Porto. A STCP mantém que nada está acordado.
“A nossa intenção é que [o BRT] esteja a operar em Setembro, ou seja, que a infra-estrutura que vai estar concluída nesta altura possa ser utilizada para servir os cidadãos”, disse Tiago Braga aos jornalistas, na futura estação Hospital Santo António, da Linha Rosa.
As obras da primeira fase do Metrobus estão praticamente concluídas, estando a decorrer este mês as últimas pavimentações.
“Tendo a infra-estrutura pronta, é possível colocar naquele canal, uma estrutura de linha do operador [STCP], beneficiando já de algumas circunstâncias, de alguns equipamentos, de algumas melhorias que fazem parte daquilo que é a filosofia do BRT”, considerou.
Tiago Braga confirmou ainda que será feito um cruzamento de via antes das estações do Metrobus na Avenida da Boavista, uma vez que os autocarros têm portas à direita e as estações estão à esquerda. Quanto à circulação na Avenida Marechal Gomes da Costa, em que o cruzamento antes das estações é impossível devido à existência de um separador central arborizado, Tiago Braga disse que uma solução “está a ser articulada neste momento”, mas frisou que as paragens de autocarro normais, à direita, “já estão lá”.
STCP contesta Tiago Braga
A STCP reagiu, entretanto, em comunicado, às declarações de Tiago Braga e, será caso para dizê-lo, não poupou nas palavras.
Assim:
“O estabelecimento de uma solução provisória só se afigura necessária devido ao atraso na entrega do material circulante que, contratualmente, é da inteira responsabilidade da Metro do Porto;
“Até à data de hoje não existe qualquer solução provisória desenhada pela STCP com a Metro do Porto para a operação de metrobus;
“Mais afirma que não compete à Metro do Porto definir que será a STCP a operar provisoriamente esta solução de mobilidade na cidade do Porto, sem haver nada contratualizado, quer com a STCP, quer com o Município do Porto, sendo este último a Autoridade de Transporte. A STCP continua a aguardar a formalização do memorando de entendimento gizado em Maio de 2023 e que não foi ainda assinado”.
Os veículos definitivos do serviço serão autocarros a hidrogénio semelhantes aos do metro convencional e construídos, por 29,5 milhões de euros, por um consórcio que integra a CaetanoBus e a DST Solar.
* Notícia actualizada com o Comunicado da STCP