O Sistema de Mobilidade do Mondego (SMM) sai, finalmente, do papel. Foi hoje consignada a empreitada de execução dos primeiros 30 quilómetros do traçado.
Quinze meses é o prazo previsto para a construção da infra-estrutura do Metrobus do Mondego, entre Serpins e o Alto de São João. São os 30 quilómetros do traçado suburbano do SMM, aproveitando no essencial a plataforma do antigo ramal da Lousã.
Se a implementação do Metrobus do Mondego se arrastou ao longo de mais de uma década, agora parece que irá avançar depressa. Para 16 de Outubro está prevista a abertura das propostas de execução do troço urbano entre o Alto de São e a Portagem; o lançamento do concurso para a execução do troço Portagem – Coimbra B (incluindo a renovação da estação ferroviária) aguarda apenas o PEE; o concurso para a obra da linha do Hospital anuncia-se para Outubro e ainda este ano será concursado o fornecimento dos sistemas gerais de gestão de exploração.
No final, o SMM contará 42 quilómetros (41 paragens), divididos em duas linhas (Lousã e Hospital). O investimento na infra-estrutura deverá ascender a 85 milhões de euros. A operação será assegurada por uma frota de 35 autocarros eléctricos articulados de 18 metros.
A procura estimada é de 13 milhões de passageiros/ano.
Ministro pede desculpa
Presente na cerimónia de consignação da empreitada, o ministro das Infraestruturas pediu desculpa pelo enorme atraso de todo o processo de transformação do ramal da Lousã num sistema de mobilidade.
Pedro Nuno Santos apresentou “um pedido de desculpas do Estado Português para com uma região e para com um povo que durante 10 anos não teve alternativa” de transporte público, além de carreiras de autocarros de substituição do comboio.
O ministro defendeu a qualidade da solução agora implementada, mas assumiu que, caso a procura o justifique poder-se-á. no futuro, avançar para uma alternativa mais pesada.
“Vamos ter uma solução segura, confortável, dinâmica e rápida. Mas nunca deixaremos, se em algum momento o volume de passageiros justificar, de fazer um investimento mais pesado e termos um meio de transporte mais pesado. Não é impossível de rapidamente passarmos para ele”, sublinhou Pedro Nuno Santos.