O movimento de mercadorias em Leixões deverá crescer 44% até 2026, e chegar mesmo aos 73% nos contentores, alavancado pelos investimentos directos de 430 milhões de euros previstos na Estratégia para o Aumento da Competitividade Portuária, hoje apresentada no porto nortenho.
As previsões – e a estratégia – foram apresentadas pela ministra do Mar, Ana Paula Vitorino, que se mostrou confiante no alcançar dos objectivos traçados, animada pelo acerto dos seus prognósticos de há dez anos, era então secretária de Estado, com a Estratégia Marítimo-Portuária.
O aumento da capacidade de movimentação de contentores é a principal aposta, visando elevar Leixões para os 1,5-2 milhões de TEU/ano (aqui os números da ministra e do presidente da APDL divergem). Através da reconversão do Terminal de Contentores Sul e da construção do terminal de contentores de -14 metros. A urgência justifica-se até porque, como sublinhou Ana Paula Vitorino, o porto tem estado a trabalhar nos últimos anos na casa dos 90%-95% da capacidade teórica instalada.
No caso do TCS, o investimento previsto é de 43,4 milhões de euros, a cargo da concessionária TCL, em infraestruturas (essencialmente consolidação do terrapleno para receber contentores cheios e criação de um terminal ferro-portuário) e em equipamentos (em particular, oito pórticos de parque sobre pneus).
Com os melhoramentos, a capacidade deve do TCS deve subir 26%, de 490 mil para 620 mil TEU. As obras iniciar-se-ão em 2018 e terminarão em 2019.
Em 2025, deverá estar operacional o novo terminal de contentores de -14 metros, a localizar junto ao Molhe Sul, à entrada do porto. O projecto contempla uma frente de cais de 750 metros (para receber navios de até 300 metros de comprimento) e o respectivo terrapleno. Mas o investimento de 320 milhões de euros (173 milhões dos privados) compreende também um novo porto de pesca (necessário para que o existente ceda espaço aos contentores), além do prolongamento do quebramar e da melhoria das acessibilidades marítimas.
Ainda no que toca aos terminais portuários, prevê-se um investimento privado (do TCGL) de 12 milhões de euros no aumento da eficiência do terminal de granéis sólidos e alimentares, na sua relação com os silos da Silos de Leixões. Mas o projecto está ainda embrionário.
A plataforma logistica de Leixões é outra das prioridades, prevendo-se para ela um investimento total de 54,1 milhões de euros, maioritariamente público. Um valor que não inclui ainda o novo terminal ferroviário, a desenvolver pela Infraestruturas de Portugal, que será relocalizado e dotado de condições para operar comboios de mercadorias de 750 metros e servir toda a região.
Em síntese, a visão do Governo para o porto de Leixões é captar tráfegos para o Norte da Península (deixar de ser essencialmente um porto feeder), alargar o hinterland ao Noroeste peninsular e mais além, em direcção do Centro de Espanha, e atrair operadores logísticos para a plataforma.