A navegação de cabotagem entre os principais portos moçambicanos deverá ser relançada ainda este ano. O governo adquiriu para o efeito três navios, e propõe-se operá-los em parceria com um privado.
Dois dos navios, com capacidade até 720 toneladas cada, já se encontram em Maputo. Farão a ligação entre os portos de Maputo, Beira, Quelimane, Nacala, Pemba e Mocímboa da Praia.
Uma terceira embarcação, de menores dimensões, ficará baseada em Quelimane para comunicar com o distrito de Chinde, na Zambézia.
De acordo com o ministro dos Transportes moçambicano, Paulo Zucula, as embarcações já estão na fase de inspecção, enquanto se aguarda pela conclusão de formação dos respectivos tripulantes para a plena operação. O governante acrescentou que o processo deverá arrancar em parceria com uma empresa de navegação privada, a Grenolth, especializada na cabotagem regional.
De acordo com dados vindos a público na imprensa moçambicana, o transporte de carga entre os portos locais atingiu um máximo de 346 mil toneladas/ano em 1983, tendo decaído desde então até às actuais 220 mil toneladas.
O envolvimento do Estado moçambicano na actividade da cabotagem marítima é justificado pela debilidade dos operadores privados locais.
A Empresa Moçambicana de Navegação, ou Navique, privatizada em 1997, é controlada pelo grupo ETE, através da Transinsular, que detém 49% do capital social (os restantes 51% estão repartidos entre o Estado e a Focus 21, uma sociedade próxima do presidente Guebuza).
De acordo com a informação disponível no site do Grupo ETE, a Navique operará ainda na cabotagem nacional de Moçambique e no tráfego regional com a África do Sul e o Quénia. Para tal disporá de dois navios multipurppose, com capacidade para 204 TEU cada, e de uma frota de 500 contentores.