A fusão das actividades de transporte marítimo de contentores das três maiores companhias japonesas pode ser uma boa opção estratégica, defende a Alphaliner.
Os resultados da MOL, NYK e K Line estão a ser duramente castigados pela quebra verificada no negócio do transporte marítimo de contentores. De tal forma que o presidente da MOL assumiu publicamente a possibilidade de se encarar a separação daquelas actividades e a sua agregação numa nova entidade.
A ideia pode ter mesmo pernas para andar, segundo a avaliação da Alphaliner.
Juntas, as operações de transporte de contentores dos três players japoneses ganhariam a dimensão, que lhes garantiriam os volumes e as economias de escala tão necessários para competir com os principais operadores do mercado mundial.
Actualmente a MOL detém uma quota de mercado de 2,8%, sendo 11.ª no ranking global. A NYK é a 12.ª, com 2,6% de quota. E a K Line é 17.ª, com apenas 2,2% do mercado. Mas juntas controlariam 7,5%, o que as colocaria directamente no quarto lugar mundial, só superadas pela Maersk, MSC e CMA CGM (que estaria até muito perto).
Além disso, enquanto agora nenhuma das três companhias detém uma posição relevante nos diferentes tráfegos, juntas seriam líderes no FE-Norte da Europa, no Trans-Pacífico, no FE-América do Sul, no FE-Oceania e no intra-Extremo Oriente. Seria uma “revolução” no mercado.
Por ora, a fusão do negócio dos contentores ainda não estará a ser negociada entre as companhias japonesas. Mas vários analistas consideram que a crise no sector promoverá novos movimentos de consolidação no sector, no próximo ano.
As últimas fusões e aquisições no mercado mundial de transporte marítimo de contentores aconteceram em 2005, quando a Maersk adquiriu a P&O Nedlloyd e a Hapag-Lloyd absorveu a CP Ships.