A Mota-Engil e a Vinci adquiriram, por 54 milhões de euros, os 17,21% que ainda não detinham da Lusoponte, concessionária das pontes 25 de Abril e Vasco da Gama.
Em comunicado, “a Lineas, onde a Mota-Engil é o principal accionista, e a Vinci Concessions, através da sua subsidiária Vinci Highways, informam que o exercício dos seus direitos de preferência para aquisição da participação de 17,21% na Lusoponte, anteriormente detida pela Atlantia, através da sua subsidiária Autostrade Portugal, foi concluído hoje” [ontem].
Assim, “a Lineas e a Vinci Concessions passam a ser co-detentoras e co-proprietárias de 100% da Lusoponte, com participações de 50,5% e 49,5% do capital”, de acordo com a mesma nota, que acrescenta que os dois grupos “exercerão o controlo conjunto da empresa onde ambas os accionistas estão desde o início”.
As empresas esclarecem que o anúncio vem “no seguimento das autorizações recebidas por todas as autoridades competentes, nomeadamente da Comissão Europeia no contexto da Regulação Europeia de Fusões”.
No dia 13 de Janeiro, a Comissão Europeia anunciou que tinha aprovado o controlo conjunto da Lusoponte pela Vinci e pela Mota-Engil, por considerar que a transação proposta não afecta a concorrência europeia.
O grupo italiano Atlantia comprou a participação na Lusoponte em 2008 sendo que o “El Economista” deu conta, em Fevereiro do ano passado, que a concessionária queria vender essa posição.
Em 2018, a Mota-Engil e a Vinci já tinham reforçado na Lusoponte, através da aquisição da posição da Teixeira Duarte. Em Agosto desse ano, a Teixeira Duarte assinou dois contratos para a alienação da sua participação às duas empresas pelo mesmo valor que tinha negociado com uma empresa chinesa, negócio que acabou por não se concretizar.
“A Lusoponte detém as concessões de operação das duas pontes sobre o estuário do Tejo em Lisboa (25 de Abril e Vasco da Gama) até 2030 e de todas as futuras pontes rodoviárias sobre o rio Tejo” sendo que “em 2021, a média de tráfego pago nas duas pontes ascendeu a 90.000 veículos/dia”, lembraram agora os dois grupos.
“A ponte Vasco da Gama (12,3 quilómetros) foi construída entre 1994 e 1998 pela Vinci e Mota-Engil para aliviar o congestionamento de tráfego na ponte 25 de Abril e para promover o desenvolvimento da margem Sul do rio e foi considerada, na altura, a ponte com maior extensão da Europa, sendo assim um marco histórico para a Lusoponte e os seus accionistas”, lê-se na mesma nota.