A MSC já não vai cobrar a “Merchant Haulage Fee” anunciada para o próximo 1 de Janeiro e que estava a ser fortemente criticada.
A taxa em causa foi anunciada ao mercado pela MSC no passado dia 15 e aplicar-se-ia a todas as cargas de importação e exportação cujo transporte de/para os portos nacionais fosse realizado “directamente pelo importador ou exportador, ou seus representantes”.
Na inversa, as cargas ficariam isentas do pagamento da referida taxa sempre que “for utilizada a MSC para a realização deste serviço [transporte terrestre]”.
O valor anunciado para ser cobrado era de 50 euros por contentor.
Contactado pelo TRANSPORTES & NEGÓCIOS, Marco Vale, director-geral da MSC, justificou, então, a medida pela “necessidade de ganhar eficiência na gestão dos contentores em terra” e lembrou que a prática é já “bastante comum em muitos países”.
Ao mesmo tempo, Marco Vale anunciou que “desde o passado dia 1 de Dezembro que a MSC Portugal tem um departamento de Intermodal integrado na sua agência, dedicado em exclusivo a este serviço e ao acompanhamento dos transportes rodoviários”.
Facto é que a intenção da MSC para o mercado português foi contestada, desde logo, por transitários e despachantes oficiais. E facto é que, ontem mesmo, a MSC Portugal comunicou não ir avançar com a medida.
Os principais operadores de transporte marítimo de contentores estão a voltar-se cada vez mais para terra, avançando pela cadeia de abastecimento e integrando operações que tradicionalmente são realizadas por outros players, muitas das vezes seus clientes. Uma tendência que tem gerado críticas e queixas, desde logo junto da Comissão Europeia, por alegadas práticas anti-concorrenciais e de abuso de posição dominante.