O movimento de contentores por via férrea no terminal da MSC no Entroncamento cresceu 23%, em número de TEU, no segundo semestre de 2010, relativamente à primeira metade do ano, adiantou ao TRANSPORTES & NEGÓCIOS Carlos Vasconcelos, administrador da empresa.
No mesmo período, o número de comboios realizados aumentou 13%, acrescentou aquele responsável.
“No Entroncamento só concentrámos a totalidade do nosso movimento em finais de Julho, data em que conseguimos os diversos estatutos aduaneiros que nos permitem operar em todos os tráfegos e segmentos. Por essa razão ainda não podemos fazer comparações entre o movimento do nosso terminal versus o anterior [o TVT]”, justificou Carlos Vasconcelos.
No primeiro semestre do ano passado, conforme adiantou na altura ao TRANSPORTES & NEGÓCIOS, a MSC terá realizado no seu terminal do Entroncamento “115 comboios” e movimentado “4 800 contentores”.
Tanto ou mais importante que o crescimento conseguido é, em termos futuros, “estarmos hoje a desenvolver operações que anteriormente estávamos impossibilitados, como sejam a consolidação de pasta de papel, açúcar, etc… em contentores”, referiu ainda.
O mercado espanhol “vem crescendo de forma sustentada”, mas Madrid “ainda é uma miragem, por ser muito residual”.
O investimento no terminal do Entroncamento, em conjugação com a operação no porto de Sines, visava, e visa, chegar à capital espanhola. Mas, como sublinhou o homem forte da MSC em Portugal, “para que Sines possa ser um verdadeiro porto ibérico, é necessário que se consiga penetrar no mercado madrileno, o que implica sermos capazes de oferecer um serviço ferroviário competitivo e eficiente para Madrid, o que hoje ainda não sucede. Não se trata de subsidiar seja o que for, mas sim de criar as condições necessárias, o que significaria um esforço conjunto dos vários parceiros (REFER, CP, APS, PSA, etc…) que ainda não foi possível congregar”.
O projecto da MSC Portugal para o Entroncamento contempla também a criação de uma área logística aberta a outras empresas. Carlos Vasconcelos diz que há “bons contactos e boas perspectivas”, mas que “ainda nenhuma se materializou em qualquer negócio concreto”, até porque “o presente panorama económico e financeiro não é propício a investimentos em áreas logísticas”.
Ainda assim, concluiu, “continuamos confiantes e estamos seguros que em 2012/2013 já estaremos em velocidade de cruzeiro na captação de empresas”.