A MSC vai avançar com uma OPA sobre a HHLA para ficar com 49,9% do maior operador de terminais de contentores alemão. O negócio inclui todas as subsidiárias do grupo.
O lançamento da OPA, sujeito ainda à aprovação da operação pelas entidades competentes, decorre do acordo vinculativo estabelecido entre a MSC e a Cidade de Hamburgo, que actualmente controla 69% do capital da HHLA, para o desenvolvimento conjunto do porto germânico. Caso a operação tenha sucesso, a cidade ficará com uma posição de 50,1% e a MSC com os restantes 49,9%.
Para aliciar os accionistas da HHLA, a MSC propõe-se pagar 16,75 euros por acção, o que representa um prémio de 57% face à cotação média do último mês e avalia a empresa em cerca de 2,6 mil milhões de euros, incluindo 1,4 mil milhões de dívida, segundo as contas da “Reuters”.
O acordo prevê que a MSC aumente em um milhão de TEU/ano o movimento de contentores em Hamburgo ate 2031 e estabeleça na cidade a sua sede alemã, com isso criando centenas de empregos. Previsto está também o delinear de uma estratégia de longo prazo para desenvolvimento do porto.
Mas não só. A entrada da MSC na HHLA criará sinergias com a TIL (o “braço” da MSC para os terminais de contentores) e dinamizará as operações portuárias do operador germânico noutras geografias , nem como as suas operações logísticas e soluções intermodais (nomeadamente, de base ferroviária).
Recorde-se que ainda Junho a COSCO Shipping Ports fechou a compra de 24,99% do terminal Tollerort, também em Hamburgo, também controlado pela HHLA, num negócio que gerou polémica e foi muito escrutinado por envolver uma empresa chinesa.
As intenções da MSC para Hamburgo poderão, contudo, esbarrar na oposição de Klaus-Michael Kuhene, que já por mais mais de uma vez tentou chegar a acordo com a Cidade de Hamburgo para comprar a HHLA. O empresário, que também detém 30% da Hapag-Lloyd, com sede em Hamburgo, admite avançar com uma contra-OPA.