A anunciada saída da Maersk Line de Vigo para Marin abriu uma “guerra” entre os dois portos galegos. Chamada a intervir, a Puertos del Estado sustenta que o mercado está a funcionar.
A perda dos tráfegos da Maersk Line representará para Vigo uma quebra de cerca de 40% na movimentação de contentores. Compreende-se, assim, o esforço da autoridade portuária (APV) para convencer os responsáveis da companhia dinamarquesa a reverterem a decisão, ao mesmo tempo que denuncia a concorrência desleal do porto de Marin.
Chamada a pronunciar-se, a Puertos del Estado recusou o recurso de Vigo. A holding portuária espanhola justifica o chumbo com o facto de considerar que a decisão de deslocalizar a operação, anunciada a 7 de Abril, se deveu à existência de um mercado livre e com concorrência entre empresas.
O recurso enviado pela APV à Puertos del Estado, e que esta chumbou, argumentava que a proposta de Marín continha ilegalidades que resultavam num preço inferior. Desde logo, os terrenos onde a Maersk irá operar terão declarados ilegais pelo Supremo Tribunal em 2009. O recurso alegava, além disso, que a estiva em Marín não será realizada na totalidade por trabalhadores da SAGEP (Sociedade Anónima de Gestão de Estivadores Portuários).
A companhia dinamarquesa começará a operação no porto de Marín, que fica a pouco mais de 30 quilómetros a Norte de Vigo, a dia 16 de Maio, com duas escalas semanais. A Maersk manterá, contudo, de forma temporária, a actividade em Vigo com, pelo menos dois navios, segundo o “Faro de Vigo”. Não se sabe durante quanto tempo a empresa vai manter a operação dupla.
A companhia, que movimenta em Vigo uma média de 700 TEU por navio, terá optado por Marín devido aos custos da estiva.
Com a saída da Maersk, o número de contentores movimentados em Vigo deverá cair 40%.
A APV vai reunir-se com a companhia no próximo dia 27 para tentar convencer os executivos da empresa das “implicações negativas” desta perda de tráfego para os clientes de Vigo.