O governo britânico autorizou, finalmente, a venda da International Distribution Services (IDS), holding que controla a Royal Mail, ao multimilionário checo Daniel Kretinsky por 3,6 mil milhões de libras (4,33 mil milhões de euros).
Com a “luz verde” do Executivo londrino, o histórico serviço postal britânico passará, pela primeira vez, a ser propriedade estrangeira. Mas pelo menos nos próximos cinco anos a Royal Mail manterá a marca e a sede fiscal no Reino Unido.
O negócio foi acordado em Maio último, mas ficou entretanto dependente da autorização do governo, que só agora chegou. O estado britânico manterá uma “golden share”, que lhe permitirá interferir nas decisões estratégicas da companhia.
A privatização da Royal Mail iniciou-se em 2013, com a dispersão em Bolsa das acções representativas de 70% do capital. Em 2015, o Executivo de Londres avançou com a privatização total da empresa. Em 2022, a holding da empresa (que também controla a GLS) foi rebaptizada de International Distribution Services (IDS).
Nos últimos anos, a empresa tem perdido quota de mercado e deteriorado a prestação do serviço. Ainda na semana passada, foi multada em 10,5 mil milhões de libras (12,6 mil milhões de euros) pelo regulador Ofcom por não cumprir as metas de entrega postal para o ano financeiro de 2023-24. Isto depois de há dois anos, em Novembro de 2023, ter sido condenada a pagar 5,6 mil milhões de libras (6,7 mil milhões de euros).