A National Aviation Services (NAS), do Kuwait, selecionada como “licitante preferencial” para a aquisição da Groundforce, garante o seu compromisso de longo prazo com a empresa.
“É uma honra para a NAS ter sido seleccionada para o concurso da Groundforce Portugal e estamos entusiasmados com as oportunidades que isso nos traz para melhorar os serviços de assistência em terra e carga nos diferentes aeroportos de Portugal. Este também é um grande momento para a NAS, já que marca a nossa primeira entrada no sector europeu de assistência em terra”, disse Hassan El-Houry, presidente executivo do grupo NAS, citado em comunicado.
“Acreditamos firmemente que temos os três factores-chave necessários para ter sucesso em Portugal, designadamente estabilidade accionista e de gestão, o que nos torna investidores de longo prazo, e também a solidez financeira para superar os altos e baixos possíveis nesta indústria e, ainda, a experiência de operar em mercados complexos, o que nos torna adaptáveis a contextos desafiantes. Este perfil, juntamente com fortes parcerias locais, garante a prestação do melhor serviço possível em todos os países onde operamos”, salientou o mesmo responsável.
“As pessoas estão no centro do nosso negócio. Os nossos funcionários são a nossa linha da frente para, assim, oferecermos serviços de qualidade. Estamos a fazer o nosso melhor para reter os especialistas existentes na empresa, enquanto desenvolvemos mais ferramentas e talentos para o futuro próximo”, garantiu o presidente do grupo.
Assim, “a NAS trabalhará para evitar quaisquer acções que possam perturbar a transição e, a longo prazo, trabalhará com todas as partes para concretizar uma estrutura organizativa mais eficiente e, deste modo, promover uma melhor experiência para os clientes”, lê-se, na mesma nota.
A empresa “acredita que uma relação construtiva com os sindicatos e a formação contínua dos trabalhadores são a melhor forma de alcançar o sucesso a longo prazo da empresa e, em simultâneo, proporcionar carreiras gratificantes para todos”, assegurou, sublinhando que “está comprometida no investimento em pessoas, formação, tecnologia e infra-estrutura, para ajudar a tornar os aeroportos portugueses mais eficientes e transformá-los em hubs logísticos”.
A NAS disse ter “uma longa experiência em serviços de aviação, concretamente assistência em terra e gestão de carga, com um relevante histórico no que diz respeito ao fornecimento, aos passageiros, de serviços de elevada segurança, qualidade e pontualidade”, estando entre os seus clientes “algumas das principais companhias aéreas do mundo – British Airways, Lufthansa, Air France/KLM, Qatar Airways, Emirates e Ethiopian Airlines”.
O grupo opera em 23 países e em mais de 55 aeroportos no Médio Oriente, Ásia e África, com mais de 8 000 funcionários.
O “período de negociações exclusivas que agora se iniciará deverá permitir que, no decurso das próximas semanas, se vejam fechados todos os termos e condições em que se fará esta capitalização, visando, depois, avançar com as negociações junto dos credores, para elaboração da proposta de plano de insolvência que se verá submetida, no âmbito do processo de insolvência, à votação”, afirmaram, no dia 29 de julho, num comunicado dirigido aos trabalhadores, os administradores de insolvência da Groundfource, Bruno Costa Pereira e Pedro Pidwell.
Contudo, salientaram, a “entrada no capital da Groundforce pelo investidor apenas poderá ocorrer no âmbito do processo de insolvência e após a aprovação e homologação do plano de insolvência a ser apresentado pelos administradores da insolvência”.
No dia 22 de Setembro de 2021, os credores da Groundforce, reunidos em assembleia de credores, no tribunal de Monsanto, Lisboa, aprovaram a recuperação da empresa, tal como sugeriam os administradores de insolvência.
A lista de credores da Groundforce, compilada durante o processo de insolvência da empresa, conta com 2 791 entidades, num total de mais de 154 milhões de euros, sendo que a TAP viu reconhecidos créditos de quase 19,7 milhões de euros.