Cem milhões de dólares é quanto a Riversdale poderá ter de investir para tornar o rio Zambeze uma alternativa à linha férrea do Sena para o escoamento do carvão de Tete, em Moçambique.
Citado pelo “Diário de Moçambique”, Ivo Lourenço, analista de desenvolvimento comunitário da subsidiária local do grupo mineiro australiano Riversdale Mining, adiantou que será necessário dragar o rio em diversos locais, numa extensão de 180 quilómetros, para assegurar que o canal de navegação seja suficientemente largo e profundo para o trânsito dos comboios de barcaças.
O canal de navegação do Zambeze terá de oferecer fundos mínimos de -3 ou -3,5 metros para permitir a circulação das barcaças rebocadas.
Igualmente será necessário dragar ao longo do banco de areia que se encontra na entrada para o estuário de Chinde, uma vez que as barcaças terão de sair para o mar, onde se processará o transbordo do carvão para navios de grandes dimensões.
O projecto de navegabilidade do rio Zambeze depende da aprovação do Estudo de Impacte Ambiental, já realizado e que está para aprovação pelas autoridades moçambicanas competentes.
Além da Riversdale, também a Vale está a preparar alternativas à linha ferroviária do Sena para escoar o carvão da província de Tete. No caso da companhia brasileira, a solução passa pela construção de uma ligação ferroviária ao Corredor de Nacala, através do Malawi.
Todos estes investimentos de milhões só se justificam porque Moçambique possui em Tete das maiores reservas mundiais de carvão, e não só.