Moçambique rejeitou a pretensão do governo da Malawi de utilizar os rios Chire e Zambeze para receber e escoar mercadorias.
O Malawi pretendia obter autorização de Moçambique para iniciar a navegação nos dois rios para o transporte fluvial das suas importações e exportações até ao porto de Chinde, na província da Zambézia, numa distância de 240 quilómetros.
Porém, um estudo de navegabilidade encomendado a consultores independentes concluiu que a navegação naqueles rios implicaria a realização de dragagens para aumentar a profundidade em cerca de 1,5 metros.
“Para fazer a dragagem inicial é preciso gastar cerca de 18 milhões de dólares, depois são necessários mais 30 milhões de dólares anualmente para garantir a dragagem de manutenção, mais 50 milhões de dólares para fazer a limpeza da vegetação que circunda os dois rios, além de outros investimentos em infra-estruturas portuárias e de exploração”, resumiu o ministro dos Transportes de Moçambique, citado pela rádio pública.
Mesmo assim, avança o relatório, a navegação só seria possível durante quatro a cinco meses por ano, o que não justificará investimentos avultados, tanto mais que as mercadorias asseguradas para 2015/2016 não excedem as 250 mil toneladas.