Em mais uma carta aberta, um grupo de 12 “notáveis” insiste na interoperabilidade da rede ferroviária nacional.
As declarações de António Costa e de Pedro Nuno Santos no final da Cimeira Ibérica e do Primeiro Ministro numa recente audição na Assembleia da República motivaram nova carta aberta dos defensores da interoperabilidade da rede ferroviária nacional com a rede europeia.
Desta feita, a tónica não é tanto a da defesa da bitola europeia (que a Comissão Europeia já descartou como um não problema), mas o cumprimento dos Regulamentos comunitários que impõem a interoperabilidade dos corredores ferroviários da Rede Transeuropeia de Transportes.
Os signatários insistem na importância das exportações portuguesas para além-Pirinéus e sustentam as vantagens de, com a interoperabilidade, não apenas os comboios portugueses puderem circular na Europa, como os operadores europeus poderem operar em Portugal, acabando assim com o “quase monopólio” de Medway e Takargo.
“Em resumo, a nossa proposta é a de urgentemente se planear e executar, para tráfego misto, a parte portuguesa do Corredor Atlântico, que pertence à Rede Principal (Core) das redes TEN-T (Leixões-Porto-Lisboa-Sines,
Lisboa-Poceirão-Caia, Aveiro-Almeida) com todos os requisitos da interoperabilidade, separando como faz a ADIF, os orçamentos e as contabilidades da rede convencional e da rede de Alta Velocidade. De um lado
a manutenção da rede de bitola ibérica e do outro os investimentos na nova rede interoperável de bitola europeia, em coordenação com Espanha e França e sob a égide da Direção Geral de Transportes da Comissão Europeia, visando essencialmente cumprir os regulamentos 1315 e 1316 e dar melhores condições aos exportadores nacionais”, sustentam os autores da missiva.
Assinam a carga aberta Henrique Neto, Luís Mira Amaral, António Mocho, Arménio Matias, Fernando Mendes, Fernando Santos e Silva, João Mota Campos, José Manuel Correia, Luís Cabral da Silva, Manuel Ferreira dos Santos, Mário Lopes e Mário Ribeiro.