A concretizar-se, a encomenda de navios de 18 mil TEU pela Maersk poderá alterar de modo significativo o panorama da concorrência entre os transportadores marítimos de contentores, avisa a Alphaliner.
Mesmo se até agora nenhum outro operador se mostrou inclinado a ir além dos 14 mil TEU, o anunciado salto da Maersk, número um mundial, poderá obrigar a concorrência a repensar as estratégias.
Actualmente os maiores porta-contentores do mundo são da classe E da Maersk (o armador dinamarquês tem marcado o ritmo nos últimos anos). Podem transportar o equivalente a 15 200 TEU, de acordo com as estimativas da Alphaliner. São navios grandes demais para passarem pelo canal do Panamá, mesmo depois da ampliação, pelo que os analistas franceses os apelidam de “neo-overpanamax”.
A próxima geração, porém, poderá ir muito além das dimensões destes motherships. A Alphaliner elaborou um estudo conceptual que aponta para uma capacidade de transporte entre os 18 000 e os 20 250 TEU.
Segundo a proposta da Alphaliner, os novos porta-contentores terão um comprimento total de 440 metros, uma largura de 59 metros e um calado de 16,5 metros.
A capacidade total de transporte será de 9 060 contentores de 40” High Cube (os tais 20 250 TEU), sendo 4 481 (10 105 TEU) colocados sobre o deck, em oito alturas, e os restantes 4 579 (10 235 TEU) ficando abaixo do deck, em 11 alturas.
Estes navios deslocarão cerca de 220 mil toneladas TDW. Serão propulsionados por dois motores, por exemplo dois motores de 7 cilindros e 40 MW cada, capazes de fazer o navio deslocar-se a cerca de 21 nós. Os motores localizar-se-ão em compartimentos separados, com sistemas auxiliares próprios e torres de exaustão individuais. Na prática, garantirão uma grande capacidade de redundância.
A movimentação das cargas nos portos – sugere a casa francesa – implicará a utilização de um mínimo de seis a oito pórticos de cais de última dimensão, capazes de chegar a 21 filas de contentores sobre o mar.
Ainda de acordo com a proposta da Alphaliner, a superestrutura localizar-se-á sensivelmente a meio do navio (tal como se verifica nas actuais unidades de 14 mil TEU), de modo a garantir a visibilidade.