No último ano, a distribuição farmacêutica reafirmou o seu papel enquanto elo vital no sistema de saúde, fazendo chegar medicamentos e produtos de saúde às farmácias em todo o território nacional com eficiência, segurança e rapidez. Em 2025, são necessárias novas iniciativas políticas e setoriais para assegurar cadeias de abastecimento robustas e resilientes, bem como um setor mais competitivo e sustentável. Para a ADIFA – Associação de Distribuidores Farmacêuticos, estas prioridades organizam-se em quatro eixos estratégicos:
- Sustentabilidade financeira e competitividade do mercado farmacêutico
O mercado farmacêutico português continua a enfrentar dificuldades em competir com mercados mais fortes, dada a sua posição periférica e dimensão reduzida. É, por isso, fundamental assegurar a atratividade financeira e económica do mercado nacional. A adoção de um mecanismo de atualização automática dos preços dos medicamentos, que defendemos há muito, é uma medida indispensável para a consecução desse objetivo. Este ajuste não só promove a viabilidade económica dos distribuidores farmacêuticos, como permite construir um ambiente mais estável para o fornecimento de medicamentos. Um mercado farmacêutico sustentável e financeiramente atrativo é a base para garantir que nenhum cidadão seja privado do acesso aos medicamentos de que necessita.
- Ampliação da dispensa de medicamentos em proximidade
O regime de dispensa de medicamentos hospitalares nas farmácias comunitárias (em proximidade) demonstrou, durante o projeto-piloto de 2024, ser uma solução eficaz para facilitar o acesso a tratamentos e cuidados de saúde em Portugal. Em 2025, esperamos que este sistema seja alargado a todo o território
O apoio dos distribuidores farmacêuticos nas campanhas de vacinação contra a gripe e a COVID-19 continua a evidenciar a capacidade operacional do setor.
nacional, cumprindo o potencial que tem para beneficiar até 200 mil utentes. Esta medida não é apenas uma questão de conveniência; trata-se de uma transformação que reforça o papel das farmácias como pontos de saúde de proximidade, ao mesmo tempo que otimiza a gestão de recursos do SNS. A ADIFA está preparada para continuar a apoiar esta transição, com a robustez e fiabilidade que caracterizam a atuação dos distribuidores farmacêuticos de serviço completo.
- Reforço da intervenção nos programas de saúde pública
O apoio dos distribuidores farmacêuticos nas campanhas de vacinação contra a gripe e a COVID-19 continua a evidenciar a capacidade operacional do setor. Acreditamos que esta intervenção pode e deve ser alargada a outras áreas, como a distribuição de mais vacinas do Plano Nacional de Vacinação e a participação em rastreios de doenças como o cancro colorretal. A expansão da intervenção dos distribuidores farmacêuticos fomenta a resiliência do sistema de saúde, possibilitando uma resposta mais ágil e eficiente. Afinal, a distribuição farmacêutica não é apenas logística; é um parceiro estratégico para a saúde pública.
- Reconhecimento como infraestrutura crítica
Em 2025, é fundamental que a distribuição farmacêutica de serviço completo seja reconhecida como infraestrutura crítica no sistema de saúde. Mais do que um reconhecimento, este estatuto assegura que o setor é priorizado em momentos de maior pressão, como pandemias ou crises logísticas. Os distribuidores farmacêuticos continuam a demonstrar ser indispensáveis para a coesão territorial e para o bem-estar dos cidadãos, prestando um serviço que só pode ser classificado como de interesse público. Esta é, por isso, uma prioridade que não só contribui para o reforço das cadeias de distribuição de medicamentos, como reconhece as condições especiais em que os distribuidores atuam e promove o direito de acesso a produtos de saúde em Portugal.
Estas prioridades são mais do que metas ambiciosas para o setor – são compromissos com o ecossistema da saúde. A sustentabilidade e a resiliência da distribuição farmacêutica de serviço completo são imprescindíveis para o abastecimento das farmácias nacionais. Em 2025, é fundamental que trabalhemos em conjunto para garantir que todos os portugueses têm acesso a medicamentos de forma equitativa, valorizando o papel da distribuição farmacêutica como pilar indispensável para o bom funcionamento da saúde pública em Portugal.