O desempenho do porto é normalmente referido a questões operacionais, de produtividade e à maximização da produção com determinados recursos de terra, capital e fator humano e com determinado output em termos de movimento de cargas no ano.
É habitual o foco na produtividade, nos custos, nas economias de escala das atividades e na eficiência na utilização dos recursos na produção do serviço portuário.
Os indicadores tradicionalmente utilizados incluem a taxa de ocupação do cais e do terrapleno, a receita por tonelada de carga ou TEU, o investimento em equipamentos por tonelada de carga, a rentabilidade do investimento, o número de toneladas por m2 e o número de turnos empregados nas operações de carga.
A medida do desempenho ocorre desde as operações marítimas até às operações dos terminais e do hinterland. O desempenho também é medido ao nível do porto como um todo.
O desempenho da conectividade (em termos de capacidade, custos e congestionamento) e o desempenho ambiental dos portos também são partes de uma medição abrangente do desempenho do porto, assim como a segurança e a contribuição socioeconómica.
A eficiência de um porto faz parte de um contínuo que inclui operações marítimas, terminais e hinterland. Essas dimensões estão interrelacionadas, uma vez que as ineficiências numa dimensão podem impactar as outras dimensões. Por exemplo, os problemas nas operações de terminais são propensos a impactar negativamente as operações marítimas e do hinterland com atrasos.
O porto mede o desempenho para monitorizar as suas atividades, verificar a sua eficiência, comparar o presente com o desempenho passado e comparar a atualidade com o desempenho objetivado.
Com base no resultado desses exercícios, podem ser alinhadas as suas estruturas, metas e estratégias para melhorar o desempenho.
O aumento da dimensão dos navios mudou a escala das operações portuárias.
O desempenho da conectividade (em termos de capacidade, custos e congestionamento) e o desempenho ambiental dos portos também são partes de uma medição abrangente do desempenho do porto, assim como a segurança e a contribuição socioeconómica.
O alargamento da escala dos navios está a ocorrer em diferentes mercados marítimos, redefinindo os requisitos de desempenho do porto, bem como os requisitos de desempenho dos terminais.
Os exemplos mais ilustrativos são os casos dos navios de contentores e dos navios de cruzeiro, com uma evolução mais rápida.
Os níveis de captação de mercado são indicadores fundamentais de desempenho dos portos:
- Tonelagem total (tons métricas).
- Carga geral total (tons).
- Passageiros (transporte costeiro) (número).
- Passageiros de Cruzeiro (número).
Com diferentes mercados marítimos, os portos monitorizam os mercados de forma diferenciada por:
- Navios de contentores
- Navios de carga fracionada
- Navios de granel seco
- Navios de granel líquidos
- Navios de GNL ou GPL
- Navio de passageiros (transporte costeiro)
- Navios de cruzeiro
Existem indicadores adicionais de desempenho relacionados com a captura de mercado e que apoiam os portos na sua política comercial:
- Parte do mercado na região abastecido pelo porto
- Divisão modal de carga de/para o hinterland
- Utilização das capacidades de armazenagem e distribuição do porto e fora do porto
- Carga movimentada (TEU e/ou toneladas e/ou CEU) por hectare
- Crescimento do PIB versus toneladas por tipo de carga
Os indicadores de conectividade marítima incluem a frequência de serviços marítimos regulares, o número de operadores, a capacidade implantada e o número de portos/países que mantêm ligações diretas com o porto.
Os indicadores de conectividade intermodal incluem a frequência dos serviços por modo de transporte, o tempo de retorno dos camiões e o número de empresas ferroviárias/rodoviárias/armazenagem vinculadas ao porto:
- Desempenho dos navios
- Desempenho da estrada e da ferrovia
- Disponibilidade dos Sistemas Comunitários Portuários
- Índice Global de Competitividade (GCI)
- Índice de Conectividade de Transporte de Liner (LSCI)
- Índice de Desempenho Logístico (LPI).
O desempenho ambiental do porto é também uma dimensão crucial. Em grande parte devido à maior sensibilidade da opinião pública e do desenvolvimento de legislação relacionada com a mitigação das externalidades ambientais produzidas pelas atividades portuárias.
Um grupo adicional de indicadores de desempenho portuário que merece ser mencionado inclui indicadores de saúde, segurança geral do porto e segurança no trabalho.
Essas métricas são cada vez mais implementadas pelos portos, especialmente porque as normas e convenções internacionais vigentes adotadas pela legislação internacional (por exemplo, a Convenção SOLAS da Organização Marítima Internacional) sublinham a necessidade de avaliar o desempenho dos portos nessas áreas também.
O desempenho financeiro dum porto pode oferecer insights sobre o impacto financeiro das estratégias do órgão gestor e pelas prioridades de gestão e operacionais definidas.
Os indicadores de desempenho financeiro contribuem para avaliar se a implementação das escolhas específicas foi bem sucedida ou se iniciativas corretivas devem ser tomadas.
Mas a melhoria da rentabilidade dos portos devido a fatores irregulares pode impor ceticismo sobre a robustez do potencial de crescimento dos portos a longo prazo. Por exemplo, pode ser devido à falta de investimentos. Os ciclos económicos vivenciados no setor marítimo também afetam o negócio portuário.
A medição do desempenho da governação é um exercício relativamente novo. O modelo de governação deve equilibrar as diversas expectativas de diversos stakeholders.
O desafio, nos modelos públicos-privados, é o facto de a estrutura dos relatórios poder não ser clara, pois o papel do privado e do público pode não ser adequadamente articulado na legislação, regulamentos ou estatutos. Consequentemente, a transparência nos portos varia entre regiões e modelos de governação e requer mais do que publicação e divulgação de informações.
Indicadores como emprego direto e VAB fornecem alguma evidência da contribuição socioeconómica de um porto ou de um sistema portuário. Os indicadores que revelam o impacto socioeconómico de um porto incluem assim o emprego indireto, o VAB e o volume de impostos gerados pelo porto.
O desempenho socioeconómico de um porto permite que as autoridades envolvidas melhorarem o planeamento e o financiamento da infraestrutura portuária. Emprego, VAB e investimento privado nos portos são indicadores de impacto económico resultantes de investimentos em infraestrutura portuária.
Fonte: https://porteconomicsmanagement.org/pemp/contents/part6/port-efficiency/
VÍTOR CALDEIRINHA