Com chegada prevista às águas territoriais moçambicanas no próximo dia 30 de Dezembro, a plataforma “Coral Sul FLNG” promete um fim de ano único para Moçambique.
A estrutura de 431 metros de comprimento e 66 metros de largura e com uma tonelagem aproximada de 220 000 toneladas, é um presente de peso, quer para o país, quer para as empresas que esperam há anos pelo início deste tipo de projetos.
Esta plataforma está inserida no desenvolvimento do projeto da denominada área 4, liderado pela Mozambique Rovuma Venture S.p.A. (MRV), uma parceria entre a ENI, ExxonMobil, CNPC, com 70% do capital, e a Galp, Kogas e a Empresa Nacional de Hidrocarbonetos E.P. Projeto que detêm 10% de capital cada. Um projeto orçado em USD 4.6 mil milhões.
Moçambique vai iniciar uma nova fase da sua história no setor da indústria do óleo e do gás
Ao contrário do conhecido projeto da Total, o projeto da MRV relativo a esta plataforma foi todo pensado num modelo de autossuficiência em alto mar, o que permite estar afastado das circunstâncias que temos vindo a ler sobre o que se passa na província de Cabo Delgado, em especial perto da península Afungui.
O abastecimento da plataforma será prestado por rebocadores que, a partir do porto de Pemba e ou Nacala, irão fornecer o que for necessário para o dia a dia das operações.
E vai trazer para Moçambique uma nova geração de recursos humanos moçambicanos, com altíssima e inovadora capacidade técnica. Neste momento estão em formação cerca de 204 moçambicanos, dos quais 48 já fazem parte das equipes que trabalham neste projeto. A plataforma tem capacidade para 350 pessoas e o projeto prevê a criação de cerca de 800 postos de trabalho.
Esta semana, o Instituto Nacional de Petróleo de Moçambique anunciou um novo concurso para 16 áreas de pesquisa e produção de petróleo que se situam entre a bacia do rio Rovuma e se estendem para Angoche e deltas dos rios Zambeze e Save, nas províncias da Zambézia e Sofala, respetivamente.
Num país assolado nos últimos anos por desastres naturais de grandes proporções nas regiões centro e norte, com o denominado processo das dívidas ocultas e com a pandemia do Covid-19, Moçambique vai iniciar uma nova fase da sua história no setor da indústria do óleo e do gás. Onde vai ser imperativo melhorar as condições de segurança no teatro de operações da península de Afungui.
O desenvolvimento do setor da energia, das infraestruturas e extração de minério terão nos próximos anos em Moçambique um papel de grande relevo. Será um tempo de oportunidades para os grandes investidores.
Ex-coordenador do processo de vacinação Covid-19 do Governo Regional dos Açores
Diretor Geral da Strategio Consulting