São USD 23 mil milhões que a petrolífera francesa Total vai investir no seu projeto denominado Mozambique LNG, na província de Cabo Delgado.
Sendo a província palco de um conflito armado que dura há mais de dois anos e meio, onde se verificam mortes e centenas de milhares de deslocados, é neste local que se desenvolve o maior investimento privado de Africa de exploração de gás natural.
O projeto tem contratos de venda de gás já fechados com os mercados asiáticos (China, Japão, Índia, Tailândia e Indonésia) e também europeus, através da Eletricidade de França, da Shell e da britânica Centrica.
Se adicionarmos o facto de Moçambique e França estarem a discutir um acordo de cooperação militar marítima e de a Total ter decidido utilizar o seu território de Mayotte como uma base de apoio logístico adicional à cidade de Pemba, situada na província de Cabo Delgado, não devem restar dúvidas ao leitor sobre a execução deste monumental projeto, uma oportunidade única nos dias que correm.
O ambiente de negócios em Moçambique mudou radicalmente nos últimos anos: a depressão económica vivida nos últimos anos, o problema das dívidas ocultas que tem impossibilitado Moçambique de se poder financiar internacionalmente e a pandemia levaram a uma travagem brutal da economia. Das taxas de crescimento do PIB de 10% verificadas há uns anos, Moçambique apresenta em 2020 uma taxa de crescimento negativa do PIB de (-) 1,28%.
No entanto, a perspetiva que temos pela frente e que este projeto oferece exige um perfil de investidor diferente: maior capacidade financeira de investimento, melhor análise de risco, melhor qualidade de recursos humanos e experiência comprovada, certificação de gestão e qualidade e empresas mais vocacionadas para o desenvolvimento de projetos, onde a fonte de receita está mais garantida e por mais tempo sempre que os contratos sejam atribuídos.
…a experiência internacional das empresas Portuguesas nos mercados petrolíferos, e ou em África, aliadas à língua tornam as nossas empresas num ativo muito importante e interessante para este tipo de projetos.
Na indústria do petróleo e do gás é comum as grandes empresas petrolíferas se unirem em consórcios para poderem distribuir, quer os riscos quer os custos do financiamento dos projetos.
Para as empresas Portuguesas que pretendam participar neste tipo de projetos no norte de Moçambique, tenho sugerido que se unam com o mesmo propósito do acima referido. A concentração de capacidades permite uma ação mais musculada a todos os níveis neste tipo de projetos.
E gostaria de realçar que a experiência internacional das empresas Portuguesas nos mercados petrolíferos, e ou em África, aliadas à língua tornam as nossas empresas num ativo muito importante e interessante para este tipo de projetos.
Acresce o facto de em Moçambique existirem empresas detidas por Portugueses com conhecimento do mercado que, vendo reforçadas as suas capacidades, podem olhar para estes projetos como uma grande oportunidade. A redução da curva de aprendizagem é um aspeto importante a ter em consideração nos processos de parcerias a serem formadas.
A publicação pelo jornal moçambicano “Noticias”, do passado dia 22 de fevereiro, do Plano Prospetivo de Aquisições da Total constitui um mar de oportunidades.
Venha daí!
Diretor Geral Strategio Consulting