Caso haja uma segunda vaga da pandemia de Covid-19 este ano, Portugal arrisca uma recessão de 11,3% do PIB, prevê a OCDE.
A estimativa consta do “Economic Outlook” hoje divulgado pela OCDE, no qual a organização prevê que a economia mundial cairá entre 6,0% e 7,6% este ano.
A OCDE refere que a Covid-19 colocou o mundo perante a maior crise sanitária e económica desde a Segunda Guerra mundial, criando disrupções nos sistemas de saúde e no mercado de trabalho, e “uma extraordinária incerteza”.
“Por todo o lado, os impactos económicos são desastrosos”, assinala a organização, alertando que a “recuperação vai ser lenta e a crise terá efeitos de longo prazo, afectando de forma desproporcionada as pessoas mais vulneráveis”.
No caso de se verificar uma nova vaga da pandemia até ao final do ano corrente – um cenário considerado tão provável quanto o seu contrário -, a previsão da OCDE é de que o PIB mundial registe um tombo de 7,6%, arrastado pela generalidade dos países, alguns dos quais com previsões de quebras a dois dígitos. Estão neste caso os países europeus mais afectados pela Covid-19, nomeadamente França e Itália, países para os quais a OCDE antecipa uma recessão de 14,1% e 14,0%, respectivamente, em 2020, o Reino Unido (-14,0%) e a Espanha (-14,4%).
Portugal segue-se na listam, com uma estimativa de -11,3%, à frente da Bélgica (-11,2%), República Checa (-13,2%), Estónia e Hungria (ambass com -10,0%), Islândia (-11,2%), Letónia (-10,2%), Lituânia (-10,4%), Argentina (-10,1%) e Rússia, Holanda, Nova Zelândia e Suíça (todos com -10,0%).
A pandemia causará uma recessão de 8,5% na economia dos Estados Unidos, enquanto para a Alemanha a OCDE projecta uma queda de 8,8%.
Depois de um crescimento de 6,1% em 2019, a economia chinesa deverá recuar 3,7% este ano.