A Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) está mais optimista e estima que a economia global cresça 3,9% em 2018 e 2019, o ritmo mais elevado desde 2011, devido a mais investimento, comércio internacional e emprego.
Na actualização intercalar das previsões económicas (‘Economic Outlook’) divulgada hoje, a OCDE diz que este é o resultado “mais forte” desde 2011 e destaca as “surpresas de crescimento” previstas para este ano na Zona Euro (que
deverá crescer 2,3%), na China (6,7%), na Turquia (5,3%) e no Brasil (2,2%).
“A economia mundial vai continuar a fortalecer-se nos próximos dois anos, com o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) global a alcançar quase 4% em 2018 e 2019”, afirma a OCDE, que diz que um investimento mais forte, uma recuperação no comércio global e mais emprego estão a tornar a “recuperação cada vez mais ampla”.
A OCDE mostra-se assim mais optimista do que estava em Novembro, esperando agora que a economia global cresça mais 0,2 pontos percentuais em 2018 e 0,3 pontos percentuais em 2019, face às projecções de 3,7% e de 3,6% que apresentava, na altura, para cada um dos anos.
“Projecta-se que o crescimento nos Estados Unidos, na Alemanha, em França, no México e na África do Sul seja significativamente mais robusto que o antecipado anteriormente, com outras revisões em alta, mais baixas, na maioria dos outros países do G20”, lê-se no documento da OCDE.
Para a instituição liderada por Ángel Gurría, as novas reduções de impostos e aumento de despesa nos Estados Unidos e estímulos fiscais adicionais na Alemanha são “factores chave” que justificam a revisão em alta no crescimento em 2018 e 2019.
Ainda assim, a organização sediada em Paris alerta para os níveis ainda elevados de dívida em vários países, que podem criar vulnerabilidades, e observa que as perspectivas de crescimento ainda permanecem “muito fracas” em relação ao estimado antes da crise financeira, o que reflecte tendências demográficas “menos favoráveis” e uma década de investimento e produtividade abaixo da média.
A OCDE defende também que é necessária uma “normalização gradual” da política monetária, para “minimizar o risco de disrupções nos mercados financeiros”, e aconselha os governos a evitarem políticas orçamentais “demasiado pró-cíclicas” e a focarem-se em medidas que “fortaleçam as perspectivas de sustentabilidades e de um crescimento de médio prazo mais inclusivo”.