A ONE prepara-se para investir 25 mil milhões de dólares para fazer crescer a capacidade da sua frota de porta-contentores até aos três milhões de TEU.
Ao cabo de cinco anos de operação bem sucedida, a ONE anunciou a sua estratégia actualizada para o horizonte 2030, basicamente assente em crescimento, sustentabilidade e criação de valor para as cadeias de abastecimento e para os accionistas.
Actualmente com uma capacidade de transporte de cerca de 1,8 milhões de TEU (números da Alphaliner) e com encomendas colocadas para mais de cerca de 521 TEU (idem), a companhia nipónica propõe-se investir 25 mil milhões de dólares até 2030 para atingir a fasquia dos três milhões de TEU de capacidade (o que aos dias de hoje a colocaria junto à COSCO no quarto lugar do ranking).
Mais capacidade, mas com maior sustentabilidade também. A estratégia da ONE passa por começar a operar os primeiros navios a combustíveis alternativos precisamente em 2030, após o que pretende superar 20% da frota zero emissões em 2035, e por aí adiante até atingir as emissões de toda a frota em 2050.
Paralelamente ao investimento na frota, a companhia nipónica propõe-se continuar a apostar naquilo que designa por cadeia de valor do shipping de contentores, tendo reservados para o efeito até dez mil milhões de dólares, no mesmo horizonte temporal. O reforço do portefólio de terminais e investimentos em negócios adjacentes (como o foi a compra da Atlas Corp, dona da Seaspan Corporation) são os objectivos na mira.
Os investimentos na frota serão financiados por dívida e por capital, numa proporção de 6:4, anunciou.
Anunciada em 2016, a ONE (que juntou os negócios de shipping de contentores da K Line, MOL e NYK) foi constituída em 2017, começou a operar em 2018 e logo em 2019 cortou mil milhões de dólares nos custos. Depois surgiu a pandemia, e nos últimos cinco anos a companhia situou-se entre as mais rendíveis, com um acumulado de 34,5 mil milhões de lucros.
E mesmo se os tempos são agora de maior incerteza, a ONE aponta para atingir em 2030 um resultado líquido de 3,8 mil milhões de dólares. Com vantagem para os accionistas. A política de dividendos manter-se-á no patamar mínimo de 30% dos resultados líquidos. E até 2026 serão distribuídos três mil milhões de dólares de dividendos extraordinários. Os primeiros mil milhões serão pagos já em Junho próximo, juntamente com os dividendos relativos ao último exercício.