A ONE fechou o primeiro trimestre fiscal (Abril-Junho) com um lucro líquido de 167 milhões de dólares (142 milhões de euros), que compara com os cinco milhões de há um ano.
Os volumes movimentados pela ONE, de Abril a Junho, caíram 20% face ao período homólogo, para 2,67 milhões de TEU, mas a receita da companhia nipónica decresceu apenas 4,8%, para 2,74 mil milhões de dólares, fruto do aumento dos preços médios dos fretes devido à redução da capacidade nas principais rotas Leste-Oeste.
A ajudar aos resultados esteve também o facto de o preço do bunker ter baixado 20%, para 348 dólares por tonelada, enquanto foram cobradas aos carregadores sobretaxas de combustível com baixo teor de enxofre.
Com tudo isso, o lucro da ONE no trimestre em análise disparou mais de 3 000% em relação aos cinco milhões de dólares do mesmo trimestre de 2019.
O comunicado da ONE reconhece que “a movimentação de carga diminuiu em grande parte devido ao impacto da Covid-19”, mas salienta que a maior rentabilidade se deve a um “mercado de curto prazo relativamente estável”, reduções de custos devido a uma redução da frota, mais travessias em branco, uma “queda acentuada nos preços do bunker”, reduções nas despesas gerais com taxas de agências e custos mais baixos do sistema de TI.
A taxa de ocupação da ONE nas rotas Ásia-Europa e o trans-Pacífico foram grandes. Na ida, a utilização da capacidade ascendeu, em ambos os casos, aos 96%. No ano passado, aquela taxa foi de 93% para a Europa e de 91% para a América do Norte. Também no regresso as taxas cresceram, com 51% (contra 44% há um ano) da América do Norte e 75% (versus 67% no mesmo trimestre de 2019) da Europa.
O preço médio dos fretes da companhia no trimestre fiscal foram de 1 023 dólares por TEU.
ONE cautelosa nas previsões
A ONE indica que “a procura está a voltar gradualmente” no trimestre em curso, para cerca de menos 10% do que no ano passado. Desde a companhia salientam, porém, que o impacto da pandemia na operação está “em andamento” e que a “situação continua incerta”.
O operador nipónico indica, por isso, que antecipar o desempenho no ano fiscal de 2020 “é difícil e, portanto, as previsões para o ano inteiro ainda não foram fixadas”. Os planos de acção da ONE incluem “um foco na excelência operacional, através de uma colaboração mais próxima com os operadores de terminais, melhorias no planeamento de estiva de navios e optimização de reposicionamento em vazio”.