Os operadores ferroviários de mercadorias aplaudem a decisão do Porto de Sines de não cobrar a “portagem” ferroviária, e ainda devolver as verbas entretanto recebidas.
Em comunicado, a APEF – Associação Portuguesa das Empresas Ferroviárias “congratula-se com a decisão da APS (…) de suspender a aplicação de uma tarifa de acesso à entrada do terminal ferroviário do Porto de Sines”.
A associação, que agrega a Medway e a Takargo / Captrain, insiste que a “aplicação desta tarifa iria causar distorções no mercado e discriminação negativa, sobretudo em relação a um modo de transporte mais sustentável, com os operadores ferroviários a serem penalizados comparativamente com os operadores rodoviários que todos os dias acedem ao Porto de Sines”.
A administração portuária de Sines justificou a “portagem” ferroviária com os investimentos realizados no terminal e os ganhos decorrentes para os utilizadores. Ora, sustenta, a APEF, “os operadores ferroviários nunca estiveram contra o pagamento de um valor por um serviço prestado, desde que este seja justificado e aplicado de forma equivalente ao modo rodoviário. Neste caso, apenas a ferrovia seria penalizada, algo que vai contra tudo aquilo que tem vindo a ser defendido pela Tutela e pela Comissão Europeia.”
«A aplicação desta taxa não era coerente com os objectivos estabelecidos para a descarbonização do sector e as políticas definidas pela Comissão Europeia para a intermodalidade e transição modal. Felizmente, o Porto de Sines decidiu não avançar com esta medida, contribuindo desta forma para a competitividade da ferrovia e do corredor logístico de Sines”, comentou o director-executivo da APEF, citado no comunicado.
A anunciada devolução das verbas cobradas enquanto a “portagem” ferroviária esteve em vigor, sensivelmente entre Janeiro e Maio deste ano, é considerada por Miguel Rebelo de Sousa “uma decisão muito positiva e séria por parte da APS”.
“A APEF sempre privilegiou o diálogo e a troca de ideias com todos os stakeholders do sector, e espera no futuro continuar nesta dinâmica em prol e benefício da ferrovia, da logística e pelo desenvolvimento da economia nacional”, rematou.