Os operadores portuários de Lisboa vão avançar com um despedimento colectivo por redução da actividade, depois do sindicato dos trabalhadores portuários ter recusado, na sexta-feira, uma nova proposta para um contrato colectivo de trabalho.
“Chegamos ao limite. Há mais de um mês que o Porto de Lisboa está completamente parado. Vamos avançar para um despedimento colectivo, porque temos que redimensionar por não termos trabalho”, afirmou à “Lusa” Morais Rocha, presidente da Associação de Operadores do Porto de Lisboa (AOPL).
Morais Rocha explicou que os operadores do porto de Lisboa iniciaram hoje os trâmites para um despedimento colectivo, que disse ser fácil de fundamentar, tendo em conta que “o Porto de Lisboa está completamente parado”.
O responsável da Liscont recusou adiantar quantos dos 320 estivadores serão abrangidos pelo despedimento colectivo, adiantando que a análise terá que ser feita “secção a secção”.
A decisão do recurso ao despedimento colectivo foi tomada depois de, na sexta-feira, o sindicato dos trabalhadores portuários, em greve desde 20 de Abril, ter recusado uma proposta de acordo de paz social e de celebração de um novo contrato colectivo de trabalho para o porto de Lisboa.
“Foi um ponto final”, declarou o administrador da Liscont, referindo que os pontos em que ainda não foi possível chegar a um acordo estão previstos na lei e vigoram nos outros 14 portos.
Na proposta, a que a “Lusa” teve acesso, a AOPL comprometia-se a “encontrar uma solução relativamente ao futuro da empresa de trabalho portuário Porlis”, cuja extinção era uma das reivindicações dos sindicatos.
Em contrapartida, o sindicato ficava obrigado a desconvocar de imediato as greves declaradas e a concluir um novo contrato colectivo de trabalho no prazo máximo de 15 dias.
A greve dos trabalhadores portuários de Lisboa devera manter-se até 16 de Junho.