Os operadores de terminais do porto brasileiro de Santos lançaram uma campanha denominada “Santos 17”, em favor da dragagem dos fundos, dos actuais -13 metros para -17 metros.
O objectivo é receber navios com capacidade de 13 000 a 14 000 TEU (hoje, os maiores a fazerem escala no porto brasileiro são de 10 000 TEU).
Os operadores privados oferecem-se para custear os estudos para as dragagens e contam, claro, com o apoio de Angelino Caputo e Oliveira, presidente da autoridade portuária, Codesp (Companhia Docas do Estado de São Paulo). A campanha já foi apresentada pelas empresas ao ministro de Portos do Brasil, Edinho Araújo.
Um dos principais impulsionadores do “Santos 17” é CEO da Brasil Terminal Portuário, Antonio Passaro, que explica a premência da iniciativa com a possibilidade do porto brasileiro receber os porta-contentores com capacidade para 13 000 a 14 000 TEU que vão deixar de ser usados na rota Ásia-Europa, onde começam a ser substituídos por mega-navios com capacidade para 19 000 a 20 000 TEU.
“Essa é a oportunidade de trazer navios de 14 mil TEU para a costa sul-americana. É uma oportunidade que não podemos perder. É uma oportunidade de o porto de Santos aumentar muito a sua competitividade, diminuir custos e tornar-se, finalmente, o ‘hub port’ da região. Esses navios nunca vão poder entrar em portos como Buenos Aires (Argentina) e Montevideu (Uruguai), que têm pouca profundidade”, disse Antonio Passaro, numa entrevista ao jornal brasileiro “A Tribuna”.
Apesar do enfoque no tráfego de porta-contentores, a verdade é que a campanha “Portos 17” reúne também os operadores dos terminais de carga geral e granéis, garante o CEO da Brasil Terminal Portuário.
Localizado num estuário, o porto de Santos sofre com um forte assoreamento, que obrigará a retirar uns 18 milhões de toneladas/ano de sedimentos, de acordo com as estimativas da Codesp.