O pagamento de indemnizações compensatórias é essencial porque as receitas da venda dos títulos de viagem não cobrem todas as despesas dos operadores, privados ou públicos, defenderam representantes de várias empressas, reunidos na Assembleia Municipal de Lisboa.
É necessário “encontrar uma solução financeira que complemente as receitas das tarifas” visto que “as pessoas não têm capacidade de pagar os preços que os títulos de transporte deviam ter para cobrir os custos que as empresas têm”, disse Luís Cabaço Martins, administrador da empresa Barraqueiro.
Segundo aquele gestor, têm de existir indemnizações compensatórias e um tarifário social e comercial para reformados, desempregados, estudantes e jovens, de forma a atingir a sustentabilidade do sistema.
Luís Barroso, administrador da Carris/Metro de Lisboa, lembrou, por seu turno, que “nos últimos dois, três anos há uma opção muito concreta de que deve ser o utilizador do transporte público a principal fonte de receita”, exemplificando que isso se assemelha ao caso de um utilizador do parque de estacionamento, que paga para lá deixar o carro.
Porém, “isto não chega, há que definir um modelo mais amplo”, que permita “cobrir os gastos operacionais suportados pelo serviço prestado”, acrescentou.
Rui Lopo, vogal do Conselho de Administração dos Serviços Municipalizados de Transportes Coletivos do Barreiro, referiu que a empresa nunca recebeu indemnizações compensatórias, mas que passará a usufruir dessa verba “de 2013 para a frente”.
Ainda assim, o também vereador da Câmara do Barreiro reconheceu que “para não colocarem em risco o sistema, tem de haver indemnizações compensatórias”, adiantando que não há “nenhum modelo no mundo” em que isso não se verifique.
O director municipal de Mobilidade e Transportes da Câmara Municipal de Lisboa, Tiago Farias, sublinhou que “2014 é um ano de enorme oportunidade para a cidade”, sendo que é a altura de “pensar a função da Carris/Metro”. Até porque “quem está a pagar não é o local”, mas sim o Estado, que se “preocupa em economizar e com resultados da folha Excel, mas não se preocupa se o valor a gerar para Lisboa é o mais adequado”, frisou.
Eduardo Rodrigues, vogal do Conselho Directivo do Instituto da Mobilidade e dos Transportes (IMT), assinalou que “é o poder político que define e escolhe o que se faz” no sector, pelo que se trata de uma “questão de soberania”.